COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
No sábado passado, a conquista da América, tornando-se o primeiro tetracampeão entre os brasileiros. Quatro dias depois, o título do principal torneio em solo tupiniquim. E assim sendo, o Flamengo desbancou o Palmeiras, seu principal rival e concorrente aos troféus, e estabeleceu-se novamente nos postos mais nobres em 2025. Prestes a concluir o seu primeiro ano como técnico, Filipe Luís repetiu os feitos da mágica temporada do encantado time de 2019, comandado por Jorge Jesus.
Nestes períodos de glória, bem como em qualquer um que o Flamengo viver, é injusto, sob qualquer hipótese, esquecer da gestão Bandeira de Mello. Lá, houve cortes em gastos e elencos modestos em virtude da crise financeira. Porém, um posterior investimento na estrutura, seguido por contratações estratosféricas, estas já na gestão Landim. Ao término de 2024, a oposição, liderada por BAP, assumiu o clube e bancou Filipe Luís, possibilitando ao clube da Gávea enfim começar e encerrar um ano com o mesmo treinador, algo não se via desde 2011. No futebol, o planejamento, especialmente no longo prazo, é a causa do efeito, e no exemplo do Fla, frutas bem maduras foram colhidas.
Em meio a um esporte repleto de dinamismo, onde a fase pode se alterar à cada resultado, o time de Filipe Luís driblou os momentos de desconfiança, como a fase de grupos da Libertadores e o início do returno do Brasileirão, quando o Palmeiras roubou a liderança. Quando o coletivo não repetia certas atuações exuberantes, como o 8 a 0 sobre o Vitória e os três jogos contra o Inter, coube aos jogadores demonstrarem seus talentos individuais. Arrascaeta foi o craque do Brasileirão e da Libertadores, embora caiba (muito) o pensamento de que o responsável pelos avanços do time no torneio continental tenha sido o goleiro Rossi. Jorginho caiu como uma luva no meio-campo, e a defesa rubro-negra se provou impenetrável em diversas partidas.
Contra o Ceará, foi exatamente o Flamengo pouco voraz e que após o gol de Samuel Lino, cadenciou o jogo, se aproveitando de um adversário demasiadamente inofensivo para alguém que corre risco de queda. E assusta a capacidade do time de se manter concentrado, segurar e buscar vitórias mesmo quando não performa o seu máximo. Para os rivais, fica a sensação de que se o seu clube não se reestruturar, buscar formas de receitas, equacionar dívidas e se reforçar, ele será incapaz de alcançar o patamar deste Flamengo. Com os dois títulos, o clube atingiu R$ 2 bilhões de arrecadação.
Ainda há a Copa Intercontinental. O Flamengo embarcará no próximo sábado, e o elenco sub-20 será escalado para o compromisso derradeiro pelo Brasileirão, em Mirassol. Será possível ver o time de Filipe Luís tornando-se mais vitorioso do que time de 2019, conquistando exatamente o que faltou naquela ocasião? Como já diria o padroeiro São Judas Tadeu: nada é impossível.
