A Polícia Federal brasileira deflagrou, na sexta-feira (5), uma ofensiva que atingiu alvos em Minas Gerais e São Paulo, com desdobramentos junto às autoridades dos Estados Unidos. A ação, batizada de Operação Alpha, cumpre um mandado de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, além de incluir medidas de cooperação internacional para aprofundar a investigação sobre o braço do esquema que atuava na fronteira americana.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 23,7 milhões em bens, contas bancárias e ativos ligados aos investigados. Os suspeitos podem responder por promoção de migração ilegal, organização criminosa, lavagem de dinheiro e ameaça — crimes que, somados, podem ultrapassar 15 anos de prisão.
As investigações apontam que, para realizar o percurso, as vítimas pagavam valores que chegavam a dezenas de milhares de reais. Quando havia atraso no pagamento, familiares no Brasil eram ameaçados, o que reforça o caráter de exploração e coação do grupo. Segundo a PF, o esquema utilizava rotas complexas pela América Central até a travessia final entre México e Estados Unidos, apoiado por “coiotes” e intermediários estrangeiros. Em São Paulo, os agentes concentraram as ações no núcleo financeiro da quadrilha, que operava movimentações suspeitas e empresas de fachada.
As autoridades brasileiras identificaram ainda uma rede estruturada de facilitadores ao longo do trajeto, responsáveis por transporte, hospedagem improvisada e orientação para atravessar a fronteira de forma clandestina. No exterior, os investigadores americanos rastrearam contatos e transações realizadas por integrantes responsáveis pela recepção e pelo transporte final dos imigrantes.
