Um estudo da University of South Florida (USF) aponta que o endurecimento da fiscalização migratória no estado tem provocado impactos sociais significativos na vida de imigrantes e de familiares, incluindo crianças cidadãs americanas. A pesquisa destaca efeitos emocionais, econômicos e comportamentais associados ao aumento das ações de imigração na Flórida.
O levantamento se baseia em 52 entrevistas em profundidade realizadas em 2025 com famílias de status migratório misto na região central. Segundo os pesquisadores, o receio de abordagens e deportações levou moradores a mudar rotinas, deixar de frequentar igrejas, adiar estudos e procurar empregos mais próximos de casa, muitas vezes com menor remuneração.
Os efeitos também atingem crianças e adolescentes. Relatos indicam aumento de ansiedade, distúrbios do sono e mudanças de comportamento, além da ampliação de responsabilidades dentro da família, como ajudar no transporte dos pais por medo de interações com autoridades.
De acordo com o Migration Policy Institute, a Flórida abriga cerca de 1,2 milhão de imigrantes sem status legal. O estudo conclui que as políticas de imigração no estado têm impactos que vão além do público diretamente visado, afetando a dinâmica social de comunidades inteiras.
