O presidente norte-americano, Donald Trump, sofreu uma derrota na Suprema Corte do país, mas acabou rindo por último. Isso porque os ministros da mais alta esfera de Justiça dos EUA colocaram um ponto final na batalha jurídica entre o estado de New York e Trump, sobre a divulgação de suas declarações de renda – e a decisão, numa análise mais profunda, é favorável ao presidente: se por um lado esses documentos não podem mais ser mantidos em segredo, por outro garante a Trump uma vitória, já que os registros não podem chegar às mãos do Congresso ou do público em geral até as eleições deste ano.
O temor da Casa Branca e dos republicanos era que, com a divulgação do material, a reeleição do atual presidente estaria comprometida. Democratas acreditam que os documentos podem revelar as relações e os negócios de Trump em outros países, num claro conflito de interesses para quem ocupa o cargo mais importante do mundo. O presidente foi o único líder dos EUA a esconder suas informações financeiras desde a década de 1970.
Esta falta de transparência levantou várias hipóteses de crimes fiscais e acabou gerando as investigações, que se arrastam desde a campanha presidencial de 2016. Os advogados de Trump alegam que ele possui imunidade total durante o exercício de seu mandato, exatamente para evitar distrações, e bloquearam todas as tentativas de que os dados fossem obtidos. Na votação da Suprema Corte, mesmo com os 7 votos a 2 favoráveis à divulgação das declarações, os apoiadores do presidente tiveram motivos para comemorar.