O Jimmy Kimmel Live! foi suspenso pela ABC indefinidamente depois que o apresentador fez comentários sobre o assassinato de Charlie Kirk. A decisão veio após pressão de grupos conservadores, de afiliadas e do diretor da FCC (Federal Communications Commission), Brendan Carr, que ameaçou punir emissoras que continuassem transmitindo o programa.
A medida provocou reação imediata. Sindicatos e organizações de liberdade de expressão classificaram a suspensão como censura e alertaram para o risco de interferência política direta no conteúdo jornalístico e de entretenimento. Já defensores da decisão argumentam que emissoras têm obrigação de zelar por padrões editoriais e pela sensibilidade do público.
O episódio acontece no mesmo momento em que a CBS anunciou o fim do The Late Show with Stephen Colbert, marcado para maio de 2026. Oficialmente, a emissora atribuiu o encerramento a custos altos e queda de audiência, mas críticos levantam dúvidas sobre o impacto das críticas políticas de Colbert no desfecho.
Os dois casos reacenderam o debate sobre o futuro da liberdade de expressão nos EUA. Analistas falam em um possível “efeito de esfriamento”, em que apresentadores e redes passem a se autocensurar para evitar retaliações ou perda de anunciantes. Outros veem uma crise mais ampla no modelo econômico da TV aberta, que enfrenta queda de público e concorrência de plataformas digitais.
O que está em jogo, segundo parte da imprensa americana, é mais do que a sobrevivência dos late-night shows: são os rumos do jornalismo e da livre crítica em um país onde política, negócios e entretenimento se cruzam cada vez mais.