Produtos brasileiros populares nos Estados Unidos, como açaí, café e suco de laranja, correm o risco de virarem itens de luxo a partir de 1º de agosto. A data marca o início da tarifa de 50% imposta pelo governo Trump sobre todas as importações do Brasil, uma alta drástica em relação à alíquota anterior, que girava em torno de 10%. A medida afeta diretamente o bolso do consumidor americano e ameaça a presença desses produtos em cafeterias, mercados e redes de alimentação saudável.
O açaí, por exemplo, é quase totalmente importado do Brasil e já é vendido por até 18 dólares a tigela em grandes centros como Nova York. Com os novos custos, redes como Oakberry e Playa Bowls precisam avaliar se será possível manter o item no cardápio ou se ele passará a ser exclusivo de unidades mais premium. O mesmo vale para cafés especiais exportados por produtores de Minas Gerais e Espírito Santo, além de sucos de laranja que abastecem principalmente a Flórida e a Califórnia.
Reportagens nacionais e internacionais apontam que o Brasil tentou negociações com os EUA, mas não houve progresso para suspender ou reduzir a tarifa até o momento. Diante da falta de diálogo, o governo brasileiro estuda mecanismos internos de compensação financeira para exportadores e avalia represálias comerciais. Empresários do agronegócio temem queda nas vendas e se preparam para cortes e reestruturações.
Se nada mudar até dia 1o, a tarifa pode mudar hábitos de consumo entre americanos e brasileiros nos EUA, transformando o que antes era acessível, como uma tigela de açaí, em item raro.