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Após fuga cinematográfica, Carlos Ghosn busca refúgio no Líbano

Segundo informações, o brasileiro ex-presidente da Renault-Nissan do Japão, teria escapado em caixa de instrumento musical

Carlos Ghosn disse que não fugiu, mas escapou da injustiça (Foto: Adam Tinworth / Flickr)
Carlos Ghosn disse que não fugiu, mas escapou da injustiça (Foto: Adam Tinworth / Flickr)

DA REDAÇÃO – Autoridades japonesas ainda estão investigando as circunstâncias da fuga do país do brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan. O executivo, que estava em uma espécie de prisão domiciliar aguardando o julgamento referente às acusações de conduta indevida, está no Líbano, país que não mantém um tratado de extradição com o Japão. Tudo indica que Ghosn conseguiu escapar de sua muito bem vigiada casa, no dia 30 de dezembro, em uma caixa de instrumento musical.

“Eu estou agora no Líbano e não serei mais refém do manipulado sistema de justiça japonês, onde a culpa é presumida, a discriminação é desenfreada e os direitos humanos são negados, em flagrante desrespeito às obrigações legais do Japão sob o direito internacional e os tratados que deve obedecer. Eu não fugi da justiça, eu escapei da injustiça e da perseguição política. Eu posso agora finalmente me comunicar livremente com a imprensa e pretendo começar na semana que vem”, disse o brasileiro através de uma nota à imprensa.

Segundo informações, Ghosn – que não tinha autorização para deixar o país – se beneficiou das cidadanias francesa, brasileira e libanesa que tem para chegar a Beirute num jato particular, depois de uma escala num aeroporto da Turquia, onde ele apresentou o seu passaporte francês. Por conta de sua cinematográfica fuga, passando despercebido pelos policiais japoneses, ele está sendo chamado de Carlos ‘Ghost’ (fantasma), num trocadilho com seu sobrenome.

Em meio às especulações de que a operação de retirada teve colaboração de integrantes do alto escalão do próprio governo japonês, o Líbano já deixou claro que não vai facilitar o trabalho das autoridades que desejam ver o executivo atrás das grades: “Não há planos de tomar medidas contra ele ou sujeitá-lo a ações legais”, atestou o diretor das forças de segurança do país do Oriente Médio, responsável por administrar as fronteiras.

Carlos Ghosn foi demitido da Nissan depois que investigações internas da montadora revelaram que, entre outras irregularidades, ele efetuou uma transferência de $ 5 milhões da empresa para uma de suas contas. O julgamento está marcado para abril, mas a situação agora mudou.

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