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Após massacre em escola, Dick’s Sporting Goods interrompe venda de fuzis nos EUA

Nikolas Cruz, autor da chacina em escola da Flórida, comprou uma de suas armas em loja da rede, que tem loja em Coral Springs e em outras 700 localidades no País

Nikolas teria comprado a arma na Dick's_Sporting_Goods
Nikolas teria comprado a arma na Dick’s_Sporting_Goods

Duas semanas após o massacre que deixou 17 pessoas mortas na Flórida, uma das maiores lojas de material esportivo dos EUA, a Dick’s Sporting Goods, anunciou na quarta-feira (28) que não irá mais vender fuzis e armas pesadas. De acordo com a empresa, nenhuma pessoa com menos de 21 anos poderá comprar nenhum tipo de armamento, sendo que munições de alta capacidade também estão banidas das prateleiras. O autor dos disparos, Nikolas Cruz, conseguiu comprar um fuzil AR-15 sem muita dificuldade, apesar de ter apenas 19 anos, o que reacendeu o debate sobre o acesso a armas nos EUA. As informações são do Globo.

A Dick’s Sporting Goods é uma das maiores varejistas de equipamentos esportivos dos EUA, com mais de 700 lojas em todo o país, além de ser proprietária de outras redes especializadas em gêneros específicos de esportes, como o golfe e atividades ao ar livre (caça, pesca, trilhas a pé etc). O CEO e filho do fundador, Edward Stack, afirmou que a decisão é uma resposta direta ao massacre.

“Quando vimos o que aconteceu em Parkland, ficamos perturbados e tristes. Nós amamos esses alunos e seus gritos de ‘chega’. Vamos nos posicionar e afirmar às pessoas nossa visão para, com esperança, trazê-las para a discussão”, disse.

Stack espera que a discussão inclua políticos e possibilite uma “reforma com bom senso” na política de armas praticada no país. Ele deseja que maiores restrições sejam aplicadas na venda, como proibição da comercialização de rifles de assalto, o aumento para 21 anos da idade mínima necessária para comprar uma arma e maior análise de possíveis problemas psicológicos que tenham os compradores.

Ainda de acordo com o proprietário, a loja procurou em seus arquivos o nome de Nikolas Cruz pouco depois da identidade do jovem ter sido revelada e descobriu que tinha vendido uma arma para ele em novembro, ainda que não tenha sido o modelo usado no ataque.

Essa não será a primeira vez que a loja faz mudanças após um ataque a tiros. Depois do tiroteio na escola primária de Sandy Hook, a varejista decidiu interromper a venda de fuzis de assalto em suas unidades principais, mas esse tipo de armamento continuou a ser comercializado em sua rede destinada especificamente a esportes de caça e pesca, a Field & Stream. Dessa vez, no entanto, Stack garante que a mudança será definitiva, ainda que o proprietário afirme ser um apoiador da Segunda Emenda, que garante o direito ao porte de armas de fogo nos EUA, e que continuará a vender armamento para esportes e caça.

Na semana passada, outras empresas anunciaram o fim da parceria com o lobby armamentista. O serviço de aluguel de carros Hertz, a seguradora de vida MetLife e a Delta Air Lines, que recebiam dinheiro da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), resolveram não aceitar mais doações do grupo.

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