Imigração Notícias

Ativistas planejam marcha em Rhode Island pela carteira de motorista para irregulares no país

Doze estados já permitem a concessão de carteiras para imigrantes vivendo irregularmente nos EUA; maior segurança nas ruas é o argumento

Parlamentares do estado já rejeitaram diversos projetos de lei pela autorização

Imigrantes do estado de Rhode Island e apoiadores da causa estão planejando um roteiro de passeatas pelas cidades do estado pedindo pela concessão de carteiras de motorista para imigrantes indocumentados.

Doze estados, incluindo o vizinho Connecticut, fornecem carteiras de motorista para pessoas vivendo irregularmente no país. Alguns têm restrições que impedem que o documento seja usado para outros fins que não seja dirigir. Os que defendem a carteira para indocumentados argumentam que, além de facilitar a vida dos imigrantes, a medida melhora a segurança nas ruas, pelo fato de exigir que todos passem por provas de direção e façam seguro. Os adversários dizem que ela estimula a imigração ilegal.

O plano original da Coalition for Safer Rhodes era fazer uma marcha por todo o estado – o menor do país -, nos moldes da marcha realizada pelo líder trabalhista Cesar Chavez em 1966 no vale central da Califórnia. Mas o grupo mudou de estratégia depois que foi hostilizado ao distribuir panfletos nos subúrbios.

“Não queremos incomodar as pessoas,” disse o organizador da marcha, Gaspar Espinoza, que espera reunir 300 pessoas na caminhada. “Queríamos ir à área rural de Rhode Island e usar igrejas e templos como paradas, mas muitos de nós disseram ‘para quê expor tanto as pessoas?'”

Com exceção de Nevada e Utah, liderados por Republicanos, todos os outros estados que adotaram a medida são de maioria Democrata. Os Democratas controlam as duas casas legislativas da Assembleia Geral de Rhode Island, mas depois de dois anos de debates os parlamentares seguidamente bloquearam todas as iniciativas de votar qualquer projeto de lei sobre o assunto.

“Na minha opinião, o eleitorado do estado não apoia a proposta,” disse o presidente da Câmara estadual, o Democrata Nicholas Mattiello, numa declaração que praticamente acabou com o debate parlamentar até a próxima legislatura. “Vamos respeitar a maioria.”

Uma estimativa do Pew Research Center diz que em 2014 havia cerca de 30 mil imigrantes vivendo irregularmente em Rhode Island. Os gualtemaltecos são o maior grupo, seguidos por Dominicanos e Cabo-Verdianos.

A maioria dos imigrantes está concentrada na capital Providence e nas cidades vizinhas. Seu poder político não chega nem perto de representar a sua presença numérica.

Frustrados com a falta de ação política, os ativistas resolveram criar um modo de explicar a causa aos ‘suburbanites’ (população de classe média habitante dos subúrbios, predominantemente branca), que têm pouco contato pessoal com as famílias imigrantes. Os ativistas estão apreensivos com a crescente oposição que vêm enfrentando, sobretudo num momento em que o candidato Republicano à presidência vem conquistando o apoio de eleitores brancos com a promessa de acabar com imigração ilegal.

A deputada estadual Republicana Doreen Costa diz que a maioria dos moradores de Rhode Island “não acha que ilegais devem ter carteira de motorista, pura e simplesmente.”

“Se eles quiserem marchar pelo estado, que Deus os abençoe. O problema é que não terão apoio,” disse Costa. “E não têm apoio na Assembleia Geral também. Não tem apoio em lugar algum do estado.”

Costa, moradora de North Kingstown, acha que as pessoas fora de Providence não serão receptivas à marcha, mas tampouco não acredita que haverá hostilidades.

Espinoza, o organizador da marcha, não quer arriscar. O ativista disse que estava colhendo assinaturas pela causa na porta de um mall em Cranston, nas redondezas de Providence, quando duas mulheres o xingaram e disseram que ele não pertencia aos Estados Unidos. Espinoza, nascido na Nicarágua, é naturalizado americano e veterano da Marinha.

Outra ativista, Sabine Adrian, disse que estava panfletando junto com outras duas mulheres em North Providence quando uma pessoa começou a gritar com elas e empurrou um carrinho de compras na sua direção.

“Tivemos algumas experiência desagradáveis, por isso decidimos que seria mais seguro marcharmos mais perto de onde estão os mais prejudicados pelo problema,” disse Adrian.

A caminhada de 5 milhas está prevista para acontecer às 11 a.m. de domingo em Central Falls. Ela segue para Pawtucket e Providence, passa em frente à Assembleia de Rhode Island e termina na igreja luterana Gloria Dei.

 

 

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