O Goldman Sachs projeta o dólar em R$ 5,10 em seis meses e em R$ 5,00 no final de 2026, reforçando sua visão otimista sobre o real. O relatório, assinado pelo time liderado por Kamakshya Trivedi, afirma que a moeda brasileira tem sido a aposta preferida em operações de carry trade entre os emergentes neste ano, e foi divulgada na sexta-feira (22).
Para o banco americano, cortes de juros nos Estados Unidos devem enfraquecer o dólar globalmente, favorecendo moedas emergentes, especialmente o real. A visão otimista se apoia na atratividade do Brasil para investidores em busca de rendimento, mas depende de um ambiente de risco controlado.
Mas essa leitura não é consenso no mercado. A Pesquisa Focus, do Banco Central, mostra estimativas acima de R$ 5,50 até 2026, enquanto a XP Investimentos projeta dólar a R$ 5,80 ao fim de 2025, podendo chegar até a R$ 6,45, em cenário de maior deterioração fiscal. Essas diferenças refletem a incerteza sobre o peso de fatores internos, como contas públicas, frente ao otimismo com o fluxo de capital estrangeiro.
Analistas mais cautelosos destacam, portanto, que problemas fiscais, volatilidade internacional ou aumento da aversão ao risco podem inviabilizar a trajetória de queda prevista pelo banco americano. Por isso, o cenário de R$ 5,10 é visto como possível, mas mais otimista do que a média das projeções.