Estados Unidos Geral

Biden critica lei do aborto do Texas: ‘Violação descarada do direito da mulher’

Presidente se posicionou contra legislação que entra em vigor nesta quarta-feira (1º) e impede a realização de aborto no estado após seis semanas de gestação, mesmo em casos de estupro e incesto

Presidente disse que seu governo está comprometido com a lei Roe v. Wade ( foto:Flickr)

O presidente Joe Biden criticou nesta quarta-feira (1º) a lei estadual do Texas que proíbe o aborto após seis semanas de gravidez, independentemente de a gestação ter resultado de estupro ou incesto.

“Violação extrema e descarada do direito constitucional da mulher”, disse o presidente.

A lei SB8 sancionada pelo governador Greg Abbott, do Partido Republicano, começa a valer a partir de hoje, e dá poder a qualquer cidadão para processar quem eles acreditem ter violado a nova legislação. O denunciante pode receber uma recompensa de até $10 mil pagos pelo réu.

Em comunicado publicado no site da Casa Branca, Biden afirmou que seu governo está “profundamente comprometido com a jurisprudência Roe v. Wade”, que há quase cinco décadas protege e defende o direito da mulher de interromper a gravidez até a 24º semana nos EUA.

Mas apesar do posicionamento de Biden, o governo federal não pode interferir na decisão dos estados, que têm autonomia para estabelecer suas próprias legislações sobre o assunto.

Alexis McGill, CEO e presidente da organização Planned Parenthood Federation of America, disse à CNN que 85% dos abortos que acontecem no Texas são após a sexta semana. “Muitas mulheres nem sabem que estão grávidas antes de seis semanas”, falou McGill.

A regra anterior permitia o procedimento abortivo até a 20º semana de gravidez. 

Mas os apoiadores da medida consideraram que a proibição deveria começar a partir do momento em que o batimento cardíaco do feto é detectado, o que geralmente ocorre a partir da sexta semana.

Em 1973,  a Suprema Corte americana proferiu uma decisão histórica, conhecida como Roe v. Wade, que abriu caminho para o direito ao aborto nos EUA e impediu que mulheres que realizem a intervenção sejam processadas.

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