Brasil

Bolsonaro foi ‘ingênuo’ na relação com os EUA, diz aliado

Bloqueio à carne fresca brasileira, aumento nas tarifas de importação de aço e alumínio brasileiros, e apoio à Argentina na OECD prejudicaram o Brasil, afirma

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária brasileira, Alceu Moreira (Foto: Câmara dos Deputados)
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária brasileira, Alceu Moreira (Foto: Câmara dos Deputados)

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária brasileira, Alceu Moreira, disse que o presidente Bolsonaro foi “ingênuo” ao acreditar que haveria reciprocidade na relação com o governo Trump. Aliado de Bolsonaro, Moreira explicou que é necessária uma revisão da política externa brasileira por dois motivos: a permanência do bloqueio à carne fresca brasileira nos EUA e a decisão do presidente Trump de priorizar a entrada da Argentina na OECD – a organização voltada para a cooperação econômica entre os países mais desenvolvidos – depois de ter declarado publicamente apoio à entrada do Brasil na entidade.

“É aí que precisamos parar com a ingenuidade”, disse Moreira à Bloomberg em Brasília, acrescentando que “ingenuidade é pensar que só porque eu gosto de você, você vai gostar de mim também. Agora vemos que eu gosto de você, mas você não gosta tanto de mim assim”. O artigo da Bloomberg afirma que desde o começo do seu governo Bolsonaro deixou de lado a longa tradição de multilateralismo nas relações exteriores, em favor de um alinhamento incondicional com Estados Unidos e Israel.

Até agora, diz a reportagem, a decisão trouxe poucos benefícios para o Brasil, incomodando alguns aliados do presidente brasileiro. Alceu Moreira, deputado federal e principal lobista do agronegócio brasileiro, disse na entrevista que está ajudando o governo a elaborar uma nova estratégia, mas não entrou em detalhes.

Os problemas do agronegócio brasileiro estão afetando as relações com a Europa também. Países como França e Irlanda estão bloqueando a implementação do acordo comercial entre a Comunidade Europeia e o Mercosul por medo da concorrência, disse o empresário à Bloomberg.

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