O Brasil é, ao mesmo tempo, o país com mais milionários da América Latina – e o mais desigual entre 56 nações analisadas. É o que aponta o Relatório Global da Riqueza 2025, publicado na quarta-feira (18) pelo banco suíço UBS. Segundo o levantamento, o país tem cerca de 433 mil pessoas com patrimônio superior a 1 milhão de dólares, superando o México (399 mil) e liderando a região.
Em termos globais, o Brasil ocupa a 19ª posição no ranking de países com mais milionários. Os Estados Unidos seguem disparados na frente, com 23,8 milhões, seguidos pela China, com pouco mais de 6,3 milhões. Apenas esses dois países concentram mais da metade da população milionária do planeta. Em 2024, os EUA adicionaram 379 mil novos milionários — mais de mil por dia.
Por outro lado, o relatório revela a desigualdade estrutural brasileira. O país obteve índice de desigualdade de 0,82 (em uma escala que vai de 0 a 1), empatando com a Rússia como os mais desiguais do mundo. A metodologia considera a distribuição da riqueza líquida entre a população adulta de cada país.
Outro dado importante é a projeção de herança: o Brasil é o segundo país com maior volume de riqueza a ser transferido entre gerações nas próximas duas décadas — quase 9 trilhões de dólares, o equivalente a cerca de 50 trilhões de reais. Essa informação só reforça o fato de que, sem mudanças estruturais, a concentração de riqueza e a desigualdade tendem a se intensificar ainda mais no futuro.