Imigração

Brasileira tem visto de estudante cancelado nos EUA por causa de perfil no OnlyFans

Monetizada pelo OnlyFans, jovem de Goiânia tem seu visto de estudante cancelado, com penalidade de pelo menos cinco anos sem poder entrar no país

Rendimentos do OnlyFans conflitam com regras do visto de estudante. Foto: Remessa Online

Uma brasileira de 25 anos teve o seu visto de estudante cancelado depois que a Imigração dos EUA descobriu que ela recebia rendimentos da plataforma de conteúdo adulto OnlyFans. Nascida em Goiânia, Luana (nome fictício a pedido da entrevistada) veio para os Estados Unidos em 2022, portando visto F1, com o objetivo de estudar inglês na Califórnia. Quem relatou a história ao AcheiUSA foi o advogado da jovem, Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional.

Segundo ele, já em território americano, Luana abriu um perfil no OnlyFans, onde cadastrou seu número de conta bancária nos EUA para fins de monetização. Cerca de três meses depois, ela recebeu um comunicado da United States Citizenship and Immigration Services (USCIS) informando que seu visto de estudante havia sido cancelado e seu visto de turista, revogado. “Eles informaram que ela deveria deixar o país, sob pena de ficar fora de status”, contou Toledo. 

Posteriormente, agentes do USCIS ligaram para a escola de inglês de Luana, que imediatamente a impediu de frequentar as aulas. “Desesperada, ela deixou o país uma semana depois do comunicado, ainda sem saber o motivo do cancelamento de seus vistos”, contou o advogado.

Foi só quando Toledo solicitou o FOIA (Freedom of Information Act) que eles descobriram que a deportação estava relacionada ao OnlyFans. “Esse tipo de atividade remunerada é considerada trabalho pelo USCIS, o que é proibido para pessoas com visto de estudante no país”, disse. A violação resulta em penalidade de pelo menos 5 anos sem poder entrar nos Estados Unidos. “Ela até poderia solicitar um waver no Consulado, mas não é algo que recomendo nesse caso”, disse.

“Além disso, pela natureza da plataforma, a atividade pode ser confudida com prostituição e essa informação certamente ficará no prontuário dela. Mesmo daqui 10 anos, vai constar e pesar na concessão de novos vistos”, afirma o advogado.

Segundo ele, não é possível saber se Luana foi denunciada ao USCIS ou pega em uma investigação por amostragem feita pelo serviço de imigração. “É comum abrirem uma investigação para checar se a pessoa está realmente estudando”, disse. “Nesse processo, a verificação das redes sociais é mais comum do que as pessoas imaginam”, conta.

O advogado alerta portadores de visto de estudante sobre a questão da monetização também em plataformas como YouTube, Instagram e TikTok. “Exercer qualquer atividade visando remuneração é considerado trabalho e pode resultar em violação das regras do visto de estudante”, afirma.

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