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Brasileira vítima de violência doméstica cometida pelo marido quer justiça

Kariza Fernandes está internada com fraturas no rosto, hemorragia no ouvido, cortes e quatro dentes quebrados

A brasileira Kariza antes de ser agredida e como está agora
A brasileira Kariza antes de ser agredida e como está agora

A história da fashion designer brasileira Kariza Fernandes, de 35 anos, e do marido italiano Michele Marongiu, começou como um conto de fadas há dois anos e terminou em caso de polícia, com o marido preso e a goiana no hospital. Kariza, que é mãe de dois adolescentes e mora nos EUA há mais de 20 anos, pensou que tinha encontrado o amor de sua vida aos 33 anos, mas viu sua vida se transformar num inferno quando o marido começou com crises de ciúme, agressões verbais, até que no sábado (1), ele a agrediu dentro do carro e, para se desvencilhar da ira do italiano, ela pulou do carro e ele acelerou.

Ela sofreu fraturas, cortes, sangramento no ouvido, teve quatro dentes quebrados e já passou por cirurgia.

“Eu estava decidida a terminar o relacionamento com ele, começamos uma discussão dentro do carro, disse que não queria mais e ele me deu um soco do lado esquerdo do rosto.  Em pânico, tentei abrir a porta do carro para fugir e acabei quebrando a maçaneta da porta do passageiro. Enquanto ele me batia e me segurava com força, eu consegui fugir dele por um minuto, fui para a parte de trás do carro e abri a porta para saltar, ele acelerou o carro e eu caí de cara no asfalto”, relata a brasileira.

Naquele momento, Kariza ficou inconsciente e estava muito machucada, quando Marongiu a tirou do chão e a colocou dentro do carro para esperar a ambulância chegar.

“Enquanto eu estava inconsciente, me lembro de ver as luzes dos carros de polícia e o rosto do Marongiu dizendo: diga que você pulou do carro, foi um acidente, senão eu irei preso! E só acordei novamente no Hospital de Aventura (FL).”

O ex-marido está ilegal nos EUA e está preso sob acusação de violência doméstica. Kariza afirmou que ele vai ter uma audiência no próximo dia 24 quando será definido o tempo de pena a ser cumprido e ele deverá ser acusado formalmente de tentativa de homicídio.

Histórico de violência

Ao AcheiUSA, Kariza contou que conheceu Marongiu em um bar em South Beach em janeiro de 2014, começaram a namorar e se casaram em agosto do mesmo ano.

Os dois viajaram para a Itália e para o Brasil a passeio e o marido, na época, foi deportado ao chegar ao aeroporto de Miami porque seu visto havia vencido. Ele voltou ilegalmente para os EUA pelas Bahamas e os dois retomaram o relacionamento.

“Ele me agrediu várias vezes ao longo do nosso relacionamento, nunca tinha me batido na cara, só me deu uma testada violenta em março deste ano quando eu pedi a separação. No início, ele me agredia apenas com palavras horríveis, fazia chantagem emocional e ameaças; depois passou a me apertar e segurar bem forte todas as vezes que uma discussão começava. Eu já cheguei a gritar por socorro”, contou à reportagem.

Antes, mesmo sofrendo as agressões, ela acabava perdoando o marido. “Ao encontrar com ele, eu só via as qualidades e deixei para trás tudo de ruim que havia feito comigo, senti dor de perda, saudade, química, não sei bem descrever, mas foi uma mistura de emoções inexplicável, eu perdoava rápido demais”, lamenta.

Kariza deixa um recado para mulheres que são agredidas física e verbalmente por seus companheiros todos os dias. “Só espero da justiça, o justo, o certo, que é mantê-lo longe de mim e dos meus filhos que não têm vínculos com ele. Quero que a justiça seja feita. Estou me expondo dessa forma para dar o meu recado. Chega de violência contra a mulher, não aceite, denuncie qualquer tipo de violência e se afaste”, e acrescenta: “Creio na força maior que se chama carma. A própria vida ensina as lições. Aqui se faz, aqui se paga”, conclui.

Ajuda

Amigos da brasileira estão fazendo uma campanha para ajudar a brasileira a pagar as despesas médicas – ela já passou por uma cirurgia e deve passar por mais duas – e para as contas em geral, já que ela vai ficar pelo menos dois meses impossibilitada de trabalhar. Para ajudar clique no link aqui.

 

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