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Comunidade Imigração

Brasileiro faz autodeportação e deixa mulher e seis filhos nos Estados Unidos

Natural de Minas Gerais, Frilei Brás viveu por quase duas décadas no país e se tornou figura conhecida na comunidade brasileira na região de Boston

Frilei Brás tem 15 dias para ir embora dos EUA (Foto: reprodução redes sociais)
Brás está morando em Central de Minas (MG) e está buscando alternativas legais para tentar reingressar no país por vias formais (Foto: reprodução redes sociais)

O brasileiro Frilei Brás, de 44 anos, foi forçado em junho a deixar o país onde morava desde 2005, após receber uma ordem de “autodeportação” das autoridades americanas. Natural de Minas Gerais, viveu por quase duas décadas nos Estados Unidos, onde construiu família, abriu negócios e se tornou figura conhecida na comunidade brasileira na região de Boston, no estado de Massachusetts. Sua esposa, que enfrenta problemas de saúde, e os seis filhos do casal — todos cidadãos americanos por nascimento — não têm autorização legal para permanecer no Brasil por tempo indeterminado. Por isso, permaneceram no país.

“Não podíamos correr o risco de ficar todos ilegais em dois países. Mas a dor de ver meus filhos chorando, sem entender o que está acontecendo, é indescritível”, relata.

Durante o período que morou nos Estados Unidos, o brasileiro fundou uma escolinha de futebol, apresentava um programa de rádio comunitário e pagava impostos regularmente. Segundo ele, sua situação imigratória sempre foi transparente com as autoridades. Todos os anos se apresentava ao serviço de imigração, conforme exigido pelas regras de supervisão para imigrantes em situação irregular.

No entanto, em 14 de maio deste ano, durante sua apresentação rotineira, o mineiro foi surpreendido com a instalação de uma tornozeleira eletrônica e um aviso: teria dois meses para deixar o país. Dias depois, o prazo foi reduzido para apenas 15 dias, e ele foi orientado de que, se permanecesse, seria detido.

“Eu não decidi sair. Eu fui obrigado. Foi um choque. A gente vai tentando seguir as regras, mostrar que está contribuindo com a comunidade, e mesmo assim é tratado como criminoso”, lamenta.

Organizações de direitos humanos têm alertado para o impacto devastador dessa abordagem sobre famílias mistas, em que parte dos membros possui cidadania americana.

“Essas políticas promovem a separação forçada de famílias e ignoram completamente o aspecto humano da imigração”, afirma um representante da ONG Human Rights First.

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