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Brasileiro que matou esposa nos EUA com taco de beisebol é preso em MG dez anos depois

Um dia após cometer o crime, o homem retornou a Sobrália, no leste de Minas Gerais, e foi recebido com churrasco pelo pai da vítima que não sabia do crime; ele pegou 20 anos em regime fechado

Paulo Sérgio Vieira matou a esposa em 2011 em Boston, MA (foto: MPMG)

Quase onze anos após matar a mulher em Boston (MA), e fugir para o Brasil, o mineiro Paulo Sérgio Vieira foi condenado à prisão na cidade de Belo Horizonte (MG).  A sentença de 20 anos em regime fechado foi dada nesta terça-feira (15), no Fórum Lafayette. A vítima, Edinalva Ferreira da Silva, de 22 anos, era natural de Sobrália (MG). Ela migrou para os EUA em 2009, mesmo ano em que conheceu e se casou com o seu agressor, que era da mesma cidade. Edinalva foi morta no dia 4 de setembro de 2011, após ser golpeada várias vezes na cabeça com um taco de beisebol.

A promotora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Renata Lopes, alegou que o crime teve motivação “torpe”, e o assassino usou de recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo Renata, Paulo era ciumento e obsessivo. “Ele telefonava frequentemente para a família da esposa no Brasil para se queixar de comportamentos que considerava inadequados como chegar em casa ‘fora de hora’, vestir-se ‘bem arrumada’ e não permitir o acesso ao seu celular”, disse a advogada durante o julgamento.

Ainda segundo ela, após cometer o crime, o réu deixou o corpo sob forte refrigeração pelo aparelho de ar condicionado do apartamento, a fim de retardar o estado de putrefação, e fugiu dos EUA – onde morava há 10 anos. Ao chegar em Sobrália, segundo o MPMG, ele foi recebido pelo pai da vítima com um churrasco de boas-vindas. A notícia do falecimento de Edinalva chegou para a família 17 dias após sua morte. O criminoso foi sujeito à lei brasileira por força da regra de extraterritorialidade condicionada prevista no Código Penal do país. O caso, por muitos anos, gerou perplexidade na pequena Sobrália, onde os cidadãos se questionavam como um homem responsável pela morte bárbara da esposa deixou os EUA e viveu impunimente por mais uma década.

A mãe da vítima, que na época do crime disse que o genro matou  “não  somente sua filha, mas toda a família”, faleceu em 2016, abatida pela tristeza da perda de Edinalva – segundo relatou o pai da vítima, presente na sessão plenária do júri.

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