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Brasileiros nos EUA acionam TSE e acusam bolsonaristas de irregularidades no 1º turno

Documento relata casos de violência e transporte irregular e pede vigilância por parte das autoridades no segundo turno

Eleitores brasileiros nos EUA associados aos comitês Defend Democracy in Brazil e US Network for Democracy in Brazil, e grupos locais de estados como New York, Texas, Califórnia e Flórida, enviaram na quinta-feira (20) uma carta aberta ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e consulados no país para denunciar irregularidades nos locais de votação do primeiro turno da eleição presidencial, no último dia 2.

“Solicitamos às autoridades responsáveis pelos locais de votação dos brasileiros no exterior, em especial nos Estados Unidos, que tomem todas as medidas ao seu alcance para assegurar o livre exercício do direito ao voto segundo o princípio democrático”, declara o documento.

Foram relatados casos de intimidação e violência física por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), além de irregularidades como transporte de eleitores, restrição de fiscais nas seções e a presença de carros de som nos colégios eleitorais.

Na Flórida, o grupo denunciou transporte irregular de eleitores de Bolsonaro em ônibus e vans, organizado e financiado por igrejas locais, prática proibida pela legislação eleitoral brasileira, sob pena de quatro a seis anos de reclusão. 

O documento relata ainda um episódio de agressão física em Orlando, registrado pela polícia local. Em Miami e New York foram registrados carros de som com propaganda favorável a Bolsonaro dentro do perímetro de votação. Carros de som e alto-falantes não são permitidos entre as 22h da véspera da votação até o fim do pleito.

Em New York também houve registro de intimidação, com carros adesivados com a campanha de Bolsonaro acelerando de forma ameaçadora em direção a pedestres. A polícia local precisou isolar a área. 

Em Los Angeles, o grupo denunciou casos de boca de urna, outra prática vetada por lei. “Rogamos que sejam ampliadas as presenças de observadores e fiscais eleitorais, e que sejam solicitados junto às autoridades de segurança reforços no segundo turno das eleições”, pede a carta.

Os eleitores também reclamaram do tamanho das filas em diversas cidades, principalmente nos maiores colégios eleitorais, como Boston e Miami. “Solicitamos que sejam tomadas providências para assegurar que não se repitam as longas filas que desestimula a presença de eleitores nas urnas”. A íntegra da carta aberta de denúncia pode ser acessada no site do Defend Democracy in Brazil.

Além do TSE, o documento foi encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, responsável pelas eleições no exterior, e à Secretaria de Assuntos Consulares, Cooperação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores e aos cônsules do Brasil em Miami, New York, Boston, Atlanta, Chicago, Hartford, Houston, Los Angeles, San Francisco e Washington. O grupo afirma que ainda não obteve resposta.  

Nos EUA, Bolsonaro venceu Lula no primeiro turno em todos os colégios eleitorais mais expressivos. Em Miami, o maior deles no país, mais de 40 mil eleitores compareceram às urnas, somando 74,3% dos votos para o candidato do PL, contra 16,2% do petista. Boston registrou 69,9% a 23%, enquanto New York apresentou uma diferença mais apertada com 46,3% para Bolsonaro versus 42,9% para Lula.

A data do segundo turno é 30 de outubro, o último domingo do mês. O horário para a votação é o mesmo do primeiro turno, das 8am às 5pm, de acordo com o horário de cada país.

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