Diante de uma queda drástica nas matrículas e dos custos crescentes de manutenção de escolas subutilizadas, o conselho escolar considera fechar ou fundir até seis unidades de ensino fundamental e médio já no próximo ano letivo. O plano, que ainda será votado pela Junta Escolar, é apresentado pelo governo como uma medida inevitável diante da forte redução de alunos e do aumento dos custos operacionais. Dados do distrito apontam que a rede perdeu 10 mil alunos apenas em 2025 e quase 40 mil ao longo da última década. O fenômeno é atribuído, em parte, à expansão dos vouchers estaduais, que permitem às famílias matricular os filhos em escolas particulares ou charter com financiamento público.
De acordo com relatórios técnicos, algumas unidades operam com menos de 60% da capacidade, o que gera gastos desproporcionais com energia, transporte, limpeza e segurança. Segundo a administração, seu fechamento ou fussão permitiria economizar milhões de dólares por ano, que poderiam ser redirecionados para melhorias pedagógicas e de segurança daquelas que permanecerem abertas.
“Teremos de fechar escolas. Isso não é uma questão de escolha, é uma necessidade. Estamos financiando salas de aula vazias. Pagamos manutenção por prédios que ninguém usa”, afirmou a conselheira Rebecca Thompson, integrante da Junta Escolar.
Entre os centros educacionais em estudo para encerramento das atividades ou incorporação estão a Panther Run, a Glades, a Palm Cove, a Pines Lakes, a Plantation Middle School, a Sunshine e a Fairway. Além disso, o distrito avalia a possibilidade de transformar a Glades Middle em uma escola técnica. Também se considera vender ou redistribuir prédios administrativos, como o histórico K.C. Wright Building, sede central da rede.
Durante audiências públicas realizadas em Pembroke Pines e Fort Lauderdale, famílias expressaram temor de que o fechamento desestruture comunidades inteiras, aumente o tempo de deslocamento dos alunos para outras escolas e afete o senso de pertencimento e a segurança das crianças. Professores também demonstraram preocupação com possíveis demissões e remanejamentos. Sindicatos locais alertam que o plano, se aprovado, poderá provocar sobreposição de turmas e aumento da carga de trabalho docente.
