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Campeãs mundiais de jiu-jitsu abrem, na Flórida, 1ª academia do mundo comandada por mulheres

Primeiro casal de lutadoras assumidamente gay da história do jiu-jitsu, as faixas-pretas Luanna Alzuguir e Ana Vieira rompem com o domínio de mercado dos homens na modalidade

As pentacampeãs Ana Vieira e Luanna Alzuguir (foto: Instagram @luannaalzuguir)

O jiu-jitsu é a modalidade de luta brasileira mais consumida nos EUA e não é novidade que os homens dominam este mercado. De todas as academias existentes no país americano e no mundo, nenhuma era 100% controlada por mulheres; apesar do papel de destaque que elas têm na modalidade. Mas essa história já começou a mudar. 

As campeãs mundiais Luanna Alzuguir e Ana Vieira aterrissaram no sul da Flórida e fundaram a Aviv Jiu-Jitsu, em Boynton Beach. Além de ser a primeira academia sem uma figura masculina no comando, é a primeira dirigida por um casal assumidamente gay. “O jiu-jitsu tem todo esse grau de conservadorismo e a gente sente isso muito forte. Quando a gente casou, foi um choque”, disse Ana Vieira ao AcheiUSA.

Mês passado, ela competiu na categoria meio-pesado, na Califórnia, e conquistou seu quinto título mundial pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation. A companheira, Luanna Alzuguir, também é pentacampeã mundial. Apesar de alguns avanços, elas reconhecem um longo caminho na luta  por igualdade. 

“Muitos caras dizem que o jiu-jitsu feminino não vende. A questão é, se as pessoas não veem, é claro que não vão comprar. Então precisamos de espaço”, disse Alzuguir. “Isso é tudo que precisamos. Se tiver espaço para mostrar nosso jiu-jitsu, vamos vender porque é lindo o jeito que as mulheres lutam”, completou.

A Aviv Jiu-Jitsu começou a funcionar oficialmente no início de 2020. As atividades tiveram uma pausa por causa da pandemia de covid-19, mas desde que foi reaberta, vem recebendo cada vez mais alunas e membros da comunidade LGBTQ. “Não somos uma escola só para muheres, somos uma academia aberta a todos. Este é nosso diferencial”, destacou Ana Vieira.

No Brasil, esportes de luta, futebol e alguns outros foram proibidos para mulheres por mais de 40 anos , entre 1941 e 1983. O decreto-lei 3.199, implementado na Era Vargas, alegava que a prática “prejudicava a maternidade”. Foi preciso décadas de debates para que Anna, Luanna, Marta, Cristiane, Formiga e várias outras pudessem hoje brilhar em podiums de todo o mundo.

A primeira faixa-preta conquistada por uma mulher no de Jiu-Jitsu foi em 1990, pela lutadora Yvone Duarte.

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