Estados Unidos Geral

Cientistas do Alabama realizam com sucesso transplante de dois rins de porco em um humano

Órgão transplantados em paciente com morte cerebral funcionaram perfeitamente por 74 horas

Espera por um rim de doador falecido pode chegar a dez anos nos EUA (foto: Pixabay)

Há cerca de uma semana, uma equipe de médicos de Maryland concluiu com sucesso o transplante de um coração geneticamente modificado de um porco em um homem. Agora, cientistas da Alabama University anunciaram mais um avanço neste tipo de cirurgia: eles transplantaram dois rins de porco geneticamente modificados para um humano com morte cerebral. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (20) em um artigo científico publicado na revista American Journal of Transplantation.

O paciente que recebeu os órgãos estava sendo mantido vivo com a ajuda de aparelhos e, de acordo com o artigo, aele não teve rejeição aos rins que permaneceram funcionando em seus organismo durante 74 horas. Em seguida os aparelhos foram desligados com a autorização dos familiares.

“Este momento representa uma mudança de paradigma e um marco importante no campo do xenotransplante, que é sem dúvida a melhor solução para a crise de escassez de órgãos em todo o mundo”, disse Jayme Locke, cirurgião-chefe do estudo. “Preenchemos lacunas críticas de conhecimento e obtivemos os dados de segurança e viabilidade necessários para iniciar um ensaio clínico”, acrescentou. Segundo Locke, quase cinco mil pessoas morrem todos os anos à espera de um transplante de rim nos EUA.  A demora para achar um doador  compatível pode durar de cinco a dez anos.

“Embora o transplante seja o tratamento padrão para a doença renal em estágio terminal, menos de 25 mil transplantes de rins são realizados a cada ano e 240 americanos em diálise morrem todos os dias. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se um suprimento ilimitado de rins estivesse disponível para transplante”, diz o artigo.

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