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Cimento vira arte colorida nas mãos de escultora brasileira

Ângela Weise criou a técnica sozinha e agora planeja criar peças para exposição

Ângela Weise Joselina Reis

“Eu imagino tudo, desenho e já começo a fazer. Quando a inspiração vem não consigo segurar tenho que colocar em prática”, explica a brasileira Ângela Weise, que deixou Goiânia há 22 anos para criar raízes na Flórida. A rotina de dona-de-casa se dedicando somente aos filhos acabou há cinco anos quando resolveu fazer algo inédito em sua vida, esculpir.

Na época, sem nenhum curso na área, sem nunca ter esculpido em pedra ela resolveu tentar. “Eu sonhei com uma estátua de pedra, logo depois me deparei com a mesma pedra em uma floricultura. Esse era o meu chamado para a arte”, lembra Ângela, sempre bem humorada em relatar como decide fazer cada peça.

A primeira obra de arte da brasileira levou oito meses para ser concretizada. Quando soube que esculpir na pedra que havia comprado, um pedaço de granito pesando mais de 200 libras, seria quase impossível, quase desistiu. “Mas de repente alguém me emprestou uma máquina usada na construção civil. A partir daí, não parei mais”, lembra.

A estátua recebeu o nome de Lucky (sorte, em português) e foi feita em homenagem às mulheres vítimas de câncer de mama. Ângela lembra que aprendeu muito com a primeira peça e gostou de usar ferramentas usadas por pedreiros e daí para o cimento foi questão de tempo. “Acredito muito estar sintonizada com o que acontece ao seu redor. Quando você está no caminho certo, as coisas acontecem sem você precisar correr atrás” lembra Ângela ao contar que por acaso o irmão acabou mostrando como colorir o cimento e agora ela produz estátuas coloridas de cimento de secagem rápida.

Sua próxima obra teve toques ainda mais harmoniosos e beira a cópia de um corpo humano em tamanho natural. Ângela quis presentear a igreja que frequenta em Plantation e fez uma estátua de São Gregório. Usando ácido, ela levou seis meses para esculpir com perfeição a imagem do santo incluindo detalhes de vestimenta, crucifixo e uma pomba simbolizando o Espírito Santo. “Em todos os detalhes de cada obra eu tenho prazer em aprimorar a técnica. Quando a pessoa tem algum dom artístico, não se consegue segurar”, revela.

Mas é com a coleção “Bailarinas” que Ângela Weise acredita que tenha finalmente encontrado seu estilo artístico. Com mais domínio da técnica ela consegue fazer uma estátua em apenas sete dias. Usando ferro para criar a armação interna e muita paciência, a escultora constrói a figura delicada e colorida no seu quintal. Seu ateliê mais parece um canteiro de obras de construção civil: armações, cimento, tinta, ferro e madeira dão o suporte que ela precisa para criar suas esculturas.

Com a beleza das três bailarinas que já criou ela procura agora espaço para expor sua arte. “Eu quero viver da arte porque é que me faz feliz”, adianta. Suas bailarinas foram batizadas de Ana, Emily e Silvia. Cada uma apresenta traços únicos e Ângela já está planejando adicionar outras à sua coleção. “Quando começo a imaginar minha próxima obra não consigo parar tenho que fazer imediatamente”, explica.

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