O Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes, liderado pelos republicanos, tornou públicas na terça-feira (2), mais de 33 mil páginas de documentos relacionados a Jeffrey Epstein, o financista condenado por tráfico sexual de menores que morreu sob custódia federal em 2019. A divulgação dividiu parlamentares em Washington, com democratas e parte da bancada republicana defendendo a liberação total e sem cortes de todos os arquivos. Uma petição bipartidária pressiona a Casa Branca a entregar a totalidade do material.
O conteúdo, entregue ao Congresso pelo Departamento de Justiça, inclui registros de voo de aeronaves particulares, memorandos internos, vídeos de vigilância da prisão, depoimentos e imagens coletadas em propriedades do empresário. Apesar do volume, especialistas e parlamentares destacam que cerca de 97% já era de domínio público, o que levantou questionamentos sobre a real transparência da medida.
O presidente do comitê, James Comer, afirmou que novos lotes de documentos devem ser divulgados nas próximas semanas, ampliando a investigação parlamentar. Para as vítimas, no entanto, apenas a abertura integral dos arquivos poderá oferecer clareza, responsabilização de cúmplices e algum grau de reparação.
Segundo analistas, a iniciativa pode intensificar a divisão interna do Partido Republicano, transformando o caso em um instrumento de disputa eleitoral, explorado como símbolo da impunidade das elites. Já advogados alertam que os registros de voo e os vídeos inéditos podem subsidiar novas ações de vítimas contra cúmplices de Epstein.