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DeSantis dá ordem para universidades da Flórida suspenderem os vistos H-1B em novas contratações

Segundo ele, muitas instituições contratam estrangeiros para funções que poderiam ser ocupadas por americanos

O governo ainda anunciou que mais de $ 33 milhões de verbas vinculadas aos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão serão cancelados ou redirecionados para outras prioridades educacionais (Foto: Office of the Governor of Florida/Wikimedia)
O governo ainda anunciou que mais de $ 33 milhões de verbas vinculadas aos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão serão cancelados ou redirecionados para outras prioridades educacionais (Foto: Office of the Governor of Florida/Wikimedia)

O governador Ron DeSantis determinou que as universidades estaduais da Flórida interrompam a contratação de trabalhadores estrangeiros com vistos H-1B, orientando que passem a priorizar cidadãos americanos para todos os cargos acadêmicos e administrativos. O anúncio faz parte de um esforço estadual mais amplo para conter o que ele chamou de “abuso do H-1B” no ensino superior.

Segundo ele, muitas instituições contratam estrangeiros para funções que poderiam ser ocupadas por americanos. O governante citou exemplos de cargos ocupados por portadores do H-1B, incluindo coordenadores de aplicativos de computador, professores assistentes e docentes de políticas públicas vindos da China, além de um treinador assistente de natação da Espanha.

“Por que precisamos trazer alguém da China para falar sobre políticas públicas? Precisamos garantir que nossos cidadãos aqui na Flórida estejam em primeiro lugar na fila por oportunidades de emprego. Se alguma universidade realmente estiver com dificuldade para encontrar cidadãos dos EUA para preencher suas vagas, ela deveria avaliar seus próprios programas acadêmicos para entender por que não consegue formar graduados para essas posições”, afirmou.

De acordo com dados apresentados, até 30 de junho deste ano havia 78 patrocinadores de H-1B no setor educacional da Flórida, totalizando 677 beneficiários em universidades públicas. A Universidade da Flórida (UF) aparece como a instituição com maior número de funcionários nessa situação: 156 profissionais. O presidente interino da universidade, Donald Landry, disse entender a necessidade de revisão, mas sugeriu que talentos excepcionais deveriam continuar sendo considerados, mesmo com a mudança na regra.

Líderes acadêmicos advertiram sobre riscos à autonomia universitária. Robert Cassenello, da United Faculty of Florida, afirmou que nem sempre o melhor candidato para uma vaga é americano e que restringir contratações pode prejudicar a qualidade do ensino. Há também preocupação com o impacto sobre a pesquisa, uma vez que muitos estrangeiros com H-1B atuam em laboratórios, funções técnicas, ensino e suporte — áreas consideradas críticas para a inovação.

Paralelamente à nova diretriz de contratação, o governo anunciou uma revisão de subsídios vinculados aos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Segundo o comunicado oficial, mais de US$ 33 milhões em verbas relacionadas a esses projetos serão cancelados ou redirecionados para outras prioridades educacionais.

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