Comunidade

Desesperada, mãe brasileira pede ajuda para levar filho de volta ao Brasil

Cintia perdeu a guarda do filho para o pai americano que sequestrou o menino no Brasil e o trouxe pelo Paraguai

Cíntia Pereira e o filho Joseph
Cíntia Pereira e o filho Joseph

DA REDAÇÃO – A alegria da brasileira Cíntia Pereira – que depois de quase cinco meses sem qualquer notícia do filho Joseph, de 5 anos, reencontrou a criança no início de maio – durou pouco. A Justiça Americana ignorou o fato de o pai da criança, Gary, ter sequestrado o menino em São Paulo em dezembro de 2015 e tê-lo trazido pelo Paraguai para Utah. Segundo Cíntia, Gary disse à criança que ela havia morrido para justificar tudo o que fez. “Não consigo acreditar que um pai possa fazer isso com um filho, tamanha maldade. Olha o que ele está fazendo com a cabeça desta criança”, disse Cintia emocionada.

No início do mês de maio, Cíntia veio para uma audiência na cidade de Provo, em Utah, onde um juiz permitiu que Joseph ficasse com a mãe até a audiência seguinte. Cíntia estava transbordando de alegria e acreditou que poderia levar o menino de volta para o Brasil. O que ela não contava, era que o juiz desse a guarda para o pai.  “O que parecia um sonho, logo se tornou um pesadelo, pois teve início um novo processo judicial. O pai alegou que sofreu discriminação das autoridades brasileiras por ser americano e que a criança sofria abusos e violência física por parte da mãe, sem apresentar provas substanciais”, disse.

“Surpreendentemente o juiz contrariou a convenção internacional, não cumpriu com a cooperação internacional, não respeitou a soberania brasileira e tornou sem efeito a sentença da juíza brasileira que havia concedido a guarda à mãe”.

Hoje, para ver o filho, Cíntia precisa ir a uma clínica e só pode conversar com o filho na frente de supervisores e em inglês. “O pai fugiu com o filho para não cumprir uma sentença judicial e ironicamente a mãe que ao chegar nos EUA para que fosse cumprido o direito que lhe cabia, vivenciou dias intensos de ré”, narra um texto do abaixo-assinado online para que Cintia tenha de volta a guarda do filho. Para assinar a petição acesse www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR91976.

Entenda o caso

No dia 8 de dezembro do ano passado o ex-marido americano de Cíntia, Gary – que até então dividia a guarda com ela – não levou o filho de volta para casa da mãe em São Paulo (SP). 

Segundo Cíntia, Gary desapareceu com o filho dos dois sem deixar rastro. Ela não sabia nem se ele estava no Brasil ou nos EUA. Cíntia foi até a embaixada dos EUA no Brasil e eles informaram que não foi emitido nenhum passaporte no nome da criança que completou seis anos no dia 6 de janeiro, pois mais tarde foi descoberto que ele fugiu pelo Paraguai.

A paulistana chegou aos Estados Unidos em 2007, se casou com Gary em Salt Lake City em 2011. O casal resolveu se mudar para o Brasil porque, segundo ela, o marido estava desempregado e pensou que no Brasil talvez conseguisse trabalho mais facilmente. “Quando viemos eu estava grávida de três meses. Eu tinha apartamento próprio e voltamos. Ele não procurava trabalho e percebi que ele não gostava de trabalhar. Nosso filho nasceu e as coisas ficaram piores ainda. Ele se trancava com o bebê no quarto e nem me deixava amamentar, fugi para casa do meu pai”, contou.

Gary voltou para os EUA quando Joseph ia fazer um ano e, segundo Cíntia, perdeu o contato com a criança. Nem respondia mais e-mails, nem telefonema, nada, “Em 2013, quando ele ficou sabendo que eu estava em outro relacionamento, ele resolveu pedir a guarda, voltou para o Brasil e aí começou meu inferno”.  O juiz deu a guarda compartilhada, ele pegava o menino a cada 15 dias e devolvia para a mãe. “Ele convivia bem com o pai, mas não gostava muito de ir. Sempre chorava e contava nos dedinhos o dia de voltar. Ele pegava o menino na escola e eu buscava na segunda-feira também na escola para evitar qualquer tipo de contato”, disse. Como o americano “era uma pessoa difícil”, não dava nada para o filho e também morava num lugar quase sem móveis, ela decidiu pedir na Justiça a guarda unilateral e o pedido foi aceito pela juíza.

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