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Empresários brasileiros relatam desafios de manter negócios em meio à pandemia do coronavírus

Muitas empresas que ficaram fechadas por quase dois meses tiveram que dispensar funcionários, e agora se reinventam para se adaptarem à nova realidade

Funcionários do Phil Smith Chevrolet usam máscaras para atender clientes (Foto: Jander Santos)
Funcionários do Phil Smith Chevrolet usam máscaras para atender clientes (Foto: Jander Santos)

A pandemia do coronavírus pegou todos de surpresa e criou uma nova realidade para os empresários brasileiros que têm negócios nos Estados Unidos. Muitos tiveram que fechar temporariamente as portas por não serem considerados essenciais, e outros mais dispensaram funcionários. Mas todos, a partir de agora, terão de se adaptar ao “novo normal” para seguir em frente. 

O AcheiUSA conversou com alguns proprietários de pequenas empresas no Sul da Flórida, e eles contaram como estão enfrentando a situação.  

Felipe Costa, da Ancora Insurance, empresa de seguros com escritórios em Deerfield Beach e Orlando, afirma que nas últimas semanas a equipe vem trabalhando de portas fechadas, priorizando o atendimento por telefone e internet. “Quando necessário, atendemos o cliente em uma área limitada, higienizada, solicitando o uso de máscara, visando a saúde de nossos clientes e funcionários”, disse Felipe. 

Funcionária da Ancora Insurance usa máscara para atender clientes (Foto: Ancora Insurance)
Funcionária da Ancora Insurance usa máscara para atender clientes (Foto: Ancora Insurance)

Ele diz que a empresa sentiu o impacto financeiro, mas não foi necessário dispensar nenhum funcionário. “O seguro é considerado um ‘essential business’, portanto pudemos continuar atendendo nesse período, mas muitos clientes que perderam emprego estão tentando adiar pagamentos ou até mesmo cancelar as apólices”. 

O empresário afirma que daqui em diante a prioridade será o atendimento por telefone, e-mail ou WhatsApp e, quando necessário, receber os clientes de uma forma segura para todos. 

Já Maurício Fernandes, proprietário do restaurante Mauricio’s Bar and Grill, em Lighthouse Point, há muitos anos no ramo de restaurantes, diz que esta foi uma das piores situações que já viveu. Seu restaurante, que serve comida brasileira em buffet e cardápio, fechou as portas no dia 20 de março e está se preparando para reabrir assim que for autorizado pelo condado, mas com somente 25% da capacidade. 

O empresário conta que há duas semanas vem fazendo delivery e take out e ainda não definiu como será a reabertura. “Sabemos que vamos funcionar com 25% da capacidade e com os funcionários usando máscaras, mas não sei ainda como será a questão do buffet”, disse. Ele lamenta que os funcionários tenham ficado todo esse tempo parados, mas não vai poder recontratar todo mundo. “Tenho que agradecer porque não precisei fechar, mas infelizmente não vamos recontratar toda a equipe, por enquanto”. 

O gerente da Phil Smith Chevy de Lauderhill, Jander Rocha, diz que a concessionária teve uma redução de 15% nas vendas em abril, mas ele achou que o resultado seria pior. “O resultado não foi tão negativo quanto eu pensava que seria. Acredito que as vendas de maio podem cair mais, já que as pessoas estão sentindo mais os efeitos da pandemia”. Jander, no entanto, mantém o pensamento positivo e acredita que tudo vai melhorar em breve. “Pensamento positivo sempre”, ele recomenda.  Funcionários e clientes precisam usar máscaras e o distanciamento social é respeitado na concessionária. Nenhum funcionário foi dispensado, mas os horários foram reduzidos para que todos seguissem trabalhando.

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