O Florida Immigrant Coalition (FLIC) emitiu um comunicado nesta sexta-feira (22) comemorando a decisão da juíza federal Kathleen Williams, que deu 60 dias para o governo remover toda a infraestrutura do centro de detenção Alligator Alcatraz e não aceitar mais detentos.
A diretora da entidade pró-imigrantes, a brasileira Renata Bozzetto, disse que a decisão é muito bem-vinda. “A Justiça acertou! O Campo de Detenção de Everglades não representa apenas uma crise de direitos humanos — mas também uma enorme ameaça ambiental. Abrigar centenas, até milhares, de homens em tendas no meio do Everglades exerce imensa pressão sobre áreas úmidas delicadas, polui ecossistemas sagrados e põe em risco pântanos que servem como uma fonte crucial de água doce”, afirma. Renata destaca ainda que “nunca houve qualquer tipo de revisão ambiental; como poderia haver, depois de tanta pressa em montar estruturas, tendas, cercas de arame e banheiros químicos para disfarçar este local como um local adequado para a vida humana”, questiona.
A juíza acatou um pedido da tribo indígena Miccosukkee, além de moradores da região e ativistas da causa imigratória. “Depois de o condado de Miami-Dade dar ao governador DeSants uma terra paga com dinheiro dos contribuintes, grupos ambientais processaram o estado para acabar com este acampamento desumano”, diz a nota da Flic.
“Os homens detidos no Campo de Detenção de Everglades estavam lá ilegalmente porque a Flórida não apresentou acordos legais que autorizassem o estado a deter imigrantes no campo, apesar de dois juízes federais terem ordenado que os apresentassem. O local funcionava de forma extrajudicial. Além disso, os homens estavam sendo mantidos lá por mais tempo do que o legalmente permitido, sem o devido processo legal e sem acesso aos seus advogados. O que eles fizeram foi ilegal, categoricamente”, explicou Bozzetto.