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Esposa do brasileiro conhecido como ‘Faraó do Bitcoin’ é presa em Chicago após operação internacional

Mirelis Yoseline Dias Zerpa é acusada de envolvimento no esquema fraudulento da empresa do marido, que lesou milhares de pessoas em uma pirâmide financeira envolvendo criptomoedas

A venezuelana Mirelis Yoseline Dias Zerpa, com o marido, o brasileiro Glaidson Acácio dos Santos. Foto: Facebook

A venezuelana Mirelis Yoseline Dias Zerpa, esposa do brasileiro Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó do Bitcoin”, foi detida na quarta-feira (24) em Chicago, em uma operação conjunta entre a Polícia Federal do Brasil, o U.S Immigrations and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto norte-americano. A prisão ocorreu devido à situação irregular do visto de Zerpa nos EUA, onde ela vivia ilegalmente. No Brasil, Mirelis é alvo de investigações por seu envolvimento no esquema fraudulento da GAS Consultoria, empresa liderada por seu marido, que lesou milhares de pessoas em uma pirâmide financeira envolvendo criptomoedas.

As autoridades brasileiras apontam que a GAS Consultoria movimentou cerca de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021 em atividades de lavagem de dinheiro. Zerpa já estava sujeita a um mandado de prisão da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

A prisão de Mirelis ocorreu após dois anos e meio foragida. A PF alega que ela comandava o esquema nos Estados Unidos desde agosto de 2021, quando a Operação Kryptos desmantelou a fraude da GAS Consultoria. Durante esse período, mesmo sendo procurada para explicar o destino dos investimentos, Mirelis manteve uma presença ativa nas redes sociais, compartilhando detalhes de sua vida nos EUA.

A defesa de Mirelis, surpreendida com a prisão, alega que a detenção foi motivada por uma irregularidade formal em seu visto, desconhecida até então. Em uma nota divulgada em sua conta no Instagram, a defesa afirma que Mirelis vivia legalmente nos Estados Unidos, estudava e aguarda informações oficiais sobre o caso.

Os advogados também relembram que em dezembro de 2023, o Superior Tribunal de Justiça concedeu um habeas corpus para Mirelis, considerando ilegal seu decreto de prisão e estabelecendo medidas cautelares em substituição à detenção.

A investigação brasileira estima que Mirelis, Glaidson e outros associados da GAS Consultoria movimentaram R$ 38 bilhões em uma pirâmide financeira, prejudicando centenas de investidores de criptomoedas. A PF afirma que Mirelis, mesmo nos EUA, continuava dando suporte remoto aos negócios de Glaidson.

O brasileiro está preso desde a primeira fase da Operação Kryptos, em agosto de 2021. Ele foi capturado pela PF em uma mansão no Rio. Os agentes encontraram, na ocasião, mais de R$ 13,8 milhões em dinheiro e barras de ouro. O “Faraó dos Bitcoins” responde a 13 ações penais e tem contra ele seis prisões preventivas decretadas.

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