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Estados Unidos e Brasil não chegam a um acordo sobre tarifas na primeira reunião técnica

Segundo o Itamaraty, novas rodadas de conversas foram agendadas para as próximas semanas, com a participação de equipes técnicas dos dois países

Economistas estimam que o prolongamento do impasse tarifário pode reduzir o superávit comercial brasileiro em até US$ 3 bilhões em 2025 (Foto: Reprodução TV)
Economistas estimam que o prolongamento do impasse tarifário pode reduzir o superávit comercial brasileiro em até US$ 3 bilhões em 2025 (Foto: Reprodução TV)

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse, na segunda-feira (27), que o governo americano concordou com um cronograma de negociações sobre as taxas de importação. O chamado “tarifaço” foi adotado como parte de uma estratégia de proteção industrial e de pressão sobre parceiros comerciais considerados “desbalanceados” nas trocas com os Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou aos jornalistas que a expectativa é que, em pouco tempo, se chegue a uma solução. Ressaltou ainda que, entregou ao governante americano, Donald Trump, um documento que mostra com clareza o equívoco do argumento de que a balança comercial dos Estados Unidos com o Brasil era deficitária.

“Fiz questão de dizer a ele que eram infundadas as informações de que os Estados Unidos tinham déficit comercial com o Brasil. Nós provamos que houve superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos. Só no ano passado, foram quase 22 bilhões de dólares de superávit para os Estados Unidos. Em todo o G20, só há três países em que os Estados Unidos são superavitários: Brasil, Reino Unido e Austrália”, reforçou Lula.

O impacto direto das tarifas — que chegam a 50% sobre algumas categorias de exportação — é sentido principalmente no agronegócio, na indústria de base e no setor de alimentos processados. Dados preliminares indicam que o volume exportado de produtos como aço, etanol, carne e café para os Estados Unidos caiu entre 12% e 18% desde a adoção das medidas, comprometendo margens de lucro e previsões de crescimento.

Empresas exportadoras relatam reajustes de contratos e redirecionamento de vendas para mercados alternativos na Ásia e na Europa. Essa diversificação exige custos logísticos e prazos de adaptação que podem demorar meses para se estabilizar.

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