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Estados Unidos reabrem embaixada em Cuba

Bandeira americana é hasteada em Havana depois de 54 anos, em cerimônia com a presença do secretário de Estado John Kerry

Um dia histórico. Depois de 54 anos, a bandeira dos Estados Unidos volta a tremular em solo cubano. Na presença do secretário de Estado John Kerry, uma cerimônia na manhã desta sexta-feira (14) marcou a reabertura da embaixada americana em Havana, Cuba, inaugurando um nova era nas relações entre os dois países.

Os três fuzileiros aposentados que em 1961 baixaram a bandeira pela última vez em 1961 também estavam presentes à cerimônia, passando uma nova bandeira ao soldados da Marine Color Guard, que a hastearam no jardim do prédio da embaixada, que fica de frente para o mar.

Kerry, primeiro secretário de estado americano a visitar Cuba em 70 anos, disse que a cerimônia obviamente mostrava que “o caminho de isolamento mútuo que os Estados Unidos e Cuba escolheram para trilhar não era o correto, e que agora é tempo de nós nos movermos numa direção mais promissora.”

O simbólico evento aconteceu oito meses depois que Havana e Washington concordaram em restaurar as relações cortadas há cinco décadas, e quase um mês depois que Estados Unidos e Cuba restabeleceram formalmente suas relações diplomáticas e transformaram suas respectivas missões diplomáticas em embaixadas.

A embaixada cubana em Washington reabriu no dia 20 de julho.

O secretário de Estado deixou claro no seu discurso que, apesar da histórica reabertura, Washington ainda mantém suas críticas ao histórico do regime comunista de Cuba no que diz respeito aos direitos humanos.

“Permanecemos convictos de que o povo de Cuba estaria melhor servido pela democracia, onde o povo é livre para escolher os seus líderes”, disse o secretário.

Kerry vai encontrar-se mais tarde nesta sexta-feira com dissidentes cubanos que se opõem ao sistema de partido único da ilha, na residência da embaixada em Havana.

Mas os dissidentes não foram convidados para a cerimônia de hasteamento, em deferência ao governo cubano, o que gerou mais críticas entre os que se opõem à abertura à Cuba promovida pelo presidente Barack Obama.

Os críticos da ação do governo, que busca acabar com o isolamento entre os dois países e foi anunciado em dezembro passado em acordo com o presidente cubano Raul Castro, reclamam que o o governo cubano não fez nenhuma concessão em troca do reatamento dipomático.

“É uma vergonha que, em plena embaixada americana em Havana, o regime cubano possa ditar ordens ao governo dos Estados Unidos sobre quem pode e quem não pode participar da cerimônia”, disse o senador cubano-americano por New Jersey, Bob Menendez, em nota.

Barreiras a superar
Apesar das relações diplomáticas restauradas, ainda há muita divergência a ser superada antes da total normalidade no diálogo entre os dois países vizinhos.

Cuba quer que os Estados Unidos acabe com o embargo econômico imposto à ilha, a devolução da base militar na Baía de Guantanamo, no leste cubano, e que sejam suspensas as transmissões de rádio e TV apontadas para Cuba.

Os americanos pressionam Cuba no quesito direitos humanos, no retorno dos fugitivos que ganharam asilo e na alegação de americanos que tiveram propriedades nacionalizadas pelo governo de Fidel Castro.

O presidente Dwight Einsenhower rompeu relações diplomáticas com Havana logo após a Revolução Cubana, em 1959.

O prédio de sete andares que serviu como embaixada em Havana, e a mansão em Washington, permaneceram fechados entre 1961 e 1977, quando reabriram para abrigar escritórios de interesses.

Obama defende a abertura para a ilha caribenha sob o argumento de que a longa política de tentar forçar mudanças na ilha através do isolamento simplesmente não funcionou.

O presidente democrata usou seu poder executivo para ordenar um alívio nas restrições comerciais e de viagens com Cuba. Mas o Congresso, dominado pelos Republicanos, resiste ao fim definitivo do embargo econômico.

Com as relações diplomáticas restauradas, diplomatas americanos podem viajar mais livremente para Cuba, aumentando o contingente de funcionários. Cuba também reduziu o número de seguranças que vigiam o movimento de cubanos no prédio.

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