Um novo levantamento da Bankrate indica que mais de 75% das casas atualmente à venda nos Estados Unidos são consideradas financeiramente inacessíveis para famílias com renda média. O estudo destaca um descompasso crescente entre preços dos imóveis, taxas de juros e o poder aquisitivo da população.
Os resultados da pesquisa apontam que uma casa é considerada “acessível” quando seus custos anuais — incluindo hipoteca, impostos e seguros — não ultrapassam 30% da renda familiar. Com base nessa métrica, o mercado atual coloca três em cada quatro residências fora do alcance da renda típica dos lares americanos.
O fenômeno tem impacto direto na Flórida, um dos estados onde o custo da moradia mais avançou nos últimos anos. A situação é ainda mais intensa no sul do estado e na região de Orlando, onde a combinação de forte migração interna, baixa oferta de imóveis e valorização acelerada elevou os preços a níveis inéditos.
Como resultado, tanto novos residentes quanto famílias que vivem há décadas na região enfrentam maior dificuldade para comprar — e até mesmo para permanecer — em suas comunidades. Com a compra de imóveis cada vez mais inviável, cresce a demanda por locações, pressionando também os valores do aluguel na Flórida. Muitas famílias têm se deslocado para cidades mais afastadas em busca de preços menores, alimentando um fenômeno de “migração forçada” dentro do próprio estado.
Enquanto o preço das casas segue em alta, a renda familiar cresce em ritmo lento. O estudo mostra que a classe média é hoje a mais pressionada. Muitos compradores tradicionais — professores, profissionais de saúde, trabalhadores de serviços e servidores públicos — vêm sendo progressivamente excluídos do mercado.
Para mitigar o problema, especialistas defendem ações coordenadas entre governos locais, estaduais e federal para ampliar o estoque de moradias, incentivar novas construções, reduzir barreiras regulatórias e expandir opções de financiamento para compradores de primeira viagem.
