Na terça-feira (22), o Departamento de Estado anunciou oficialmente que os EUA vão se retirar da UNESCO, a agência da ONU voltada à educação, ciência e cultura. A porta-voz Tammy Bruce afirmou que a permanência “não está no interesse nacional” e acusou a UNESCO de promover “causas sociais e culturais divisivas” e de manter foco desmedido nos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, considerados por Washington como um “agenda globalista e ideológica” que contraria a política de “America First”.
A saída só será efetivada em 31 de dezembro de 2026, depois de novo período de transição. Os Estados Unidos já haviam abandonado a UNESCO em 2017, no primeiro mandato de Trump, retornando em 2023 no governo Biden, com o argumento de conter a influência chinesa na organização. Agora, repetem a medida, em movimento alinhado a outras retiradas similares já realizadas, incluindo a OMS e o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A contribuição americana corresponde hoje a entre 8% e 8,5% do orçamento total da UNESCO, percentual menor do que no passado, mas ainda relevante para o financiamento de projetos como a preservação do Patrimônio Mundial, que inclui locais como o Grand Canyon. A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou lamentar a decisão, mas destacou que a agência está preparada para compensar com outras fontes de financiamento e seguirá com sua missão nos campos cultural, educacional e científico.