Estados Unidos Manchete

EUA avaliam obrigar pais a cobrir metade dos gastos da gravidez

Atualmente, a maior parte desses custos recai quase integralmente sobre a mulher. Quando o parto é custeado com recursos públicos, o Estado assume a despesa

A proposta federal busca trazer alívio financeiro para as gestantes e reduzir os custos atualmente cobertos pelo Estado (Foto: Freepik)
A proposta federal busca trazer alívio financeiro para as gestantes e reduzir os custos atualmente cobertos pelo Estado (Foto: Freepik)

A congressista republicana Ashley Hinson, de Iowa, apresentou um projeto de lei que prevê que o pai biológico pague ao menos 50% das despesas médicas relacionadas à gravidez e ao parto, caso a mãe solicite esse suporte antes do nascimento. Atualmente, a maior parte desses custos recai quase integralmente sobre a mulher, seja diretamente, seja por meio do sistema público de saúde.

Nos Estados Unidos, o financiamento da assistência pré-natal, do parto e do pós-parto ocorre por meio de planos de saúde privados, programas públicos ou pagamento direto pelo paciente.

Mesmo quando há seguro privado, a responsabilidade financeira é da gestante, não do homem. Despesas como franquias elevadas, copagamentos, exames, internações e honorários médicos são cobradas da mulher ou de seu plano de saúde. Já o pai não tem obrigação legal automática de contribuir financeiramente antes do nascimento, salvo acordos voluntários ou decisões judiciais específicas em nível estadual.

No caso do Medicaid, quando o parto é custeado com recursos públicos, o Estado assume a despesa. Em alguns estados, existem mecanismos para tentar identificar o pai e recuperar parte dos custos, mas essas práticas são limitadas, variam significativamente de local para local e frequentemente enfrentam críticas por penalizar famílias de baixa renda.

A parlamentar afirma que o projeto tem como objetivo reforçar a responsabilidade paterna desde o início da gravidez, oferecendo maior suporte financeiro às mulheres. Segundo ela, a medida ajudaria a reduzir o estresse econômico da gestação e garantir melhores condições de cuidado pré-natal. A proposta exclui explicitamente despesas relacionadas ao aborto e prevê exceções em casos de estupro, incesto ou risco à vida da mãe.

Dados de instituições como o Kaiser Family Foundation mostram que o custo médio total da gravidez, do parto e do pós-parto ultrapassa US$ 20 mil e que, mesmo com seguro de saúde, famílias costumam arcar com cerca de US$ 2.700 em despesas diretas. Na prática, isso significa que a chegada de um filho frequentemente vem acompanhada de endividamento, instabilidade financeira e dependência de programas públicos, sobretudo entre famílias de renda média e baixa.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo