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EUA criticam postura do Brasil diante da guerra na Ucrânia: ‘profundamente problemática’

Sem citar o nome do presidente Lula, porta-voz da Casa Branca chamou de "equivocado" os recentes comentários do petista sobre EUA e União Europeia contribuírem com a guerra

Porta-voz da Casa Branca critica postura do Brasil sobre a guerra na Ucrânia. Foto: NBC News

O coordenador de comunicação estratégica do Conselho de Segurança do governo dos EUA, John Kirby, fez duras críticas ao posicionamento do governo brasileiro diante da guerra entre Rússia e Ucrânia. Sem citar o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kirby chamou de “equivocado” os comentários feitos pelo petista durante sua visita aos Emirados Árabes Unidos, no final de semana passado. Na ocasião, Lula disse que os “EUA e a União Europeia estão contribuindo com a guerra”.

“É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os EUA e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra”, disse o coordenador em entrevista coletiva na segunda-feira (17). “Os comentários mais recentes do Brasil de que a Ucrânia deveria considerar ceder formalmente a Crimeia como uma concessão pela paz são simplesmente equivocados, especialmente para um país como o Brasil que votou para defender os princípios de soberania e integridade territorial na Assembleia-Geral da ONU”, disse.

Kirby ainda associou o comportamento do governo brasileiro como reprodutor de propaganda. “Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos”, disse.

A crítica da Casa Branca ao governo brasileiro aconteceu no mesmo dia em que o chanceler russo Sergei Lavrov desembarcou em Brasília para um encontro com o presidente Lula. Lavrov deve visitar outros países da América Latina em busca de apoio à invasão da Rússia na Ucrânia.

Sobre a visita, John Kirby declarou que espera que “os líderes desses países pressionem o Ministro das Relações Exteriores a parar de bombardear cidades, hospitais e escolas ucranianas”, e cobrou que “líderes soberanos encontrem tempo em suas agendas lotadas para se encontrar também com autoridades da Ucrânia”.

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