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EUA e Brasil declaram que seus representantes tiveram “conversas positivas”

O encontro, que durou pouco mais de uma hora, marcou a primeira aproximação formal entre os dois governos desde a posse de Donald Trump, em janeiro

Para o Itamaraty, a nota conjunta e o tom amistoso adotado por Rubio indicam que há disposição em ambos os lados para reconstruir pontes e reduzir tensões comerciais (Foto: xenïa Antunes/Wikimedia)
Para o Itamaraty, a nota conjunta e o tom amistoso adotado por Rubio indicam que há disposição em ambos os lados para reconstruir pontes e reduzir tensões comerciais (Foto: xenïa Antunes/Wikimedia)

Brasil e Estados Unidos divulgaram na quinta-feira (16) uma declaração conjunta na qual classificaram o encontro entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, como “positivo”. No comunicado oficial, os dois países afirmam que “mantiveram conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento” e concordaram em “colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato”.

O documento destaca ainda que os dois  países trabalharão conjuntamente para viabilizar um encontro entre Lula e Trump “na primeira oportunidade possível”, o que, segundo diplomatas ouvidos, poderia ocorrer em Nova York ou Miami, no fim de novembro. A reunião, que durou pouco mais de uma hora, marcou a primeira aproximação formal entre os dois governos desde a posse do presidente americano.

A visita de Vieira à capital americana é considerada estratégica pelo Itamaraty. O Brasil busca redefinir sua relação com Washington em um contexto de tensões comerciais e políticas acumuladas desde o início do novo governo republicano. Além das tarifas, a pauta incluiu assuntos sensíveis, como mudanças climáticas, proteção da Amazônia, segurança hemisférica e combate ao narcotráfico. Segundo o chanceler brasileiro, a conversa teve “tom técnico e produtivo”, com disposição mútua de avançar em temas de interesse comum.

Segundo fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Rubio declarou que o Brasil é “um parceiro essencial na América Latina” e manifestou interesse em revisar tarifas impostas a produtos brasileiros, como aço e etanol — uma das principais queixas do governo Lula no campo comercial.

Outro ponto defendido pelo secretário foi a ampliação da parceria em defesa e segurança regional, especialmente diante do aumento da influência chinesa na América Latina. Também foram mencionadas questões relacionadas à Venezuela, à guerra na Ucrânia e à atuação do BRICS.

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