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FBI indicia filho de brasileiros que mora na Flórida por invasão ao Capitólio

Apoiador de Donald Trump, o morador de Fort Myers está sendo acusado de pelo menos quatro crimes federais e pode pegar até 25 anos de prisão. Ele postou fotos e vídeos nas redes sociais de sua participação nos atos de violência do dia 6 de janeiro

Samuel Camargo, 26, nasceu em Boston e atualmente morava em Fort Myers, na Flórida (foto: Facebook)
Samuel Camargo, 26, nasceu em Boston e atualmente morava em Fort Myers, na Flórida (foto: Facebook)

Samuel Camargo, 26, nasceu em Boston (MA) filho de pai e mãe brasileiros e atualmente mora em Fort Myers, na Flórida.

Apoiador ferrenho do presidente Donald Trump, ele participou da invasão ao Capitólio no último dia 6 de janeiro e postou fotos e vídeos nas redes sociais em que dizia estar “defendendo aquilo que acredita”.

Os posts no perfil do rapaz foram apagados, não sem antes serem printados por outros usuários e entregues ao FBI. “Acabei de falar com um agente do FBI”, escreveu Camargo na rede social na noite da invasão . “Acho que fui inocentado”, antecipou. Mas não foi.

No entendimento da agência de segurança nacional, ele cometeu pelo menos quatro crimes federais e pode pegar até 25 anos de prisão.

Nas publicações enviadas aos agentes federais, Camargo aparece em vários comícios ao longo do dia em Washington D.C.. Depois, os vídeos gravados por ele próprio com a câmera do seu celular o mostram subindo a escadaria do Capitólio ao lado de uma multidão.

Por fim, ele filma sua mão direita tentando forçar a entrada no plenário do Capitólio, juntamente com outras pessoas, onde os parlamentares confirmavam a vitória de Biden, mas a porta estava sendo protegida pelos seguranças do Congresso.

Uma testemunha também enviou ao FBI uma publicação em que ele mostrava, por meio de stories no Instagram, um “pedaço de metal de uma estrutura desconhecida do Capitólio”, segundo Camargo, um objeto que serviria para guardar de recordação do dia histórico.

Após as publicações chegarem ao FBI, o jovem admitiu sua participação nos eventos pró-Trump e pediu perdão pelo Facebook por seu papel no violento ataque que deixou cinco mortos.

A todos os meus amigos, familiares e pessoas dos Estados Unidos da América, peço desculpas por minhas ações hoje no Capitol em D.C. Estive envolvido nos eventos que ocorreram hoje cedo. Sairei de todas as mídias e cooperarei com todas as investigações que possam surgir. Lamento a todas as pessoas que decepcionei, isso não é quem eu sou nem é o que defendo”.

Entretanto, o agente especial do FBI, Michael Attard, que assina a denúncia contra Camargo datada do dia 15 de janeiro, diz no documento que falou com o rapaz por telefone, mas ele não se mostrou disposto a cooperar com as investigações.

A denúncia apresentada pelo FBI com todos os anexos pode ser acessada aqui.

Segundo Attard, ele disse que não tinha informações a fornecer e ainda questionou sua lealdade à Constituição dos EUA.

Entre as acusações que ele irá responder estão: obstrução do trabalho de agentes das forças de segurança; acesso a local restrito sem autoridade para fazê-lo; envolvimento, conscientemente, em ato de violência física contra pessoas ou propriedades em locais restritos; conduta desordenada ou perturbadora para interromper uma sessão do Congresso – no caso, a confirmação da vitória do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

Se condenado poderá pegar até 25 anos de prisão.

Logo após as invasões, o FBI criou uma página exclusiva para a investigação dos atos em Washington, com o objetivo de estimular usuários das mídias sociais a denunciarem possíveis envolvidos no evento.  

“Se você testemunhou ações violentas ilegais ou conhece alguém que participou dessas ações, recomendamos que envie quaisquer informações, fotos ou vídeos que possam ser relevantes”, diz a página.  

Mais de 140 mil pessoas enviaram informações no intuito de ajudar a identificar os extremistas, segundo o U.S Justice Departament, a maior parte das denúncias foi feita por amigos e familiares dos invasores. Ao menos 200 pessoas foram presas e cerca de 80 estão sendo indiciadas por crimes federais até o momento.

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