O Federal Reserve cortou juros pela terceira vez seguida, levando a taxa para a faixa de 3,5% a 3,75%. A decisão dividiu o comitê, e Jerome Powell evitou dizer se vem outro corte em janeiro. O resumo é simples: segundo ele, tudo depende do rumo do emprego, da inflação e do impacto das tarifas, que continuam pesando nos preços.
Na prática, essa dúvida impacta diretamente o cotidiano de quem vive nos EUA. Se o Fed seguir cortando, o crédito pode ficar um pouco menos pesado: refinanciamentos aliviam, pequenos negócios ganham fôlego e financiamentos de carro podem melhorar. Mas, com a divisão interna, os bancos seguem cautelosos. Foi o que se viu em 2025: mesmo com cortes, cartões continuam acima de 20% ao ano e os juros imobiliários quase não se mexem, porque o mercado teme ter de voltar atrás.
Se o Fed decidir esperar para evitar pressão inflacionária, o aperto bate primeiro em quem depende de crédito. Para uma família na Flórida tentando comprar casa, por exemplo, 0,25 ponto a menos praticamente não muda nada: faltam imóveis, as entradas seguem altas e o impacto é mínimo. E com o mercado de trabalho esfriando, como Powell sugeriu ao questionar os números oficiais, o risco é o consumidor perder renda e confiança, mantendo a sensação de vida cara mesmo com inflação recuando nos gráficos.
No pano de fundo, as tarifas continuam empurrando o custo de bens importados, e Powell admite que o impacto mais forte deve aparecer no começo de 2026. De um lado, o Fed tenta estabilizar a economia; do outro, as tarifas seguram os preços lá em cima. Para o consumidor comum, fica a pergunta prática que ninguém consegue responder agora: é hora de financiar, ou melhor esperar um pouco mais?
