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Filme brasileiro faz “vaquinha” para aumentar chance de Oscar; prêmio é no domingo

Longa de baixo orçamento “O Menino e o Mundo” trava embate com gigantes como “Inside Out”, da Pixar; edição 2016 do Oscar ocorre em meio a polêmica racial

O brasileiro Alê Abreu, diretor de filme indicado a Oscar de Melhor Animação
O brasileiro Alê Abreu, diretor de filme indicado a Oscar de Melhor Animação

DA REDAÇÃO – A cerimônia do Oscar acontece neste domingo (28), em meio a polêmicas quanto à ausência de negros indicados nas categorias principais da premiação. Essa edição do Oscar também marca mais uma chance para o cinema brasileiro de levar para o país a primeira estatueta do evento mais importante do cinema mundial.

Quem pode concluir o feito é o filme “O Menino e o Mundo”, do brasileiro Alê Abreu. Ciente de que a disputa de seu filme com o gigante “Inside Out”, da Pixar, é uma “batalha de Davi contra Golias”, como cineasta já definiu em entrevistas, foi iniciada uma campanha de crowdfunding (algo como uma “vaquinha virtual”) junto a fãs da produção para arrecadar fundos que permitam uma melhor divulgação ao filme.

Isso porque os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográfica (que elegem os vencedores do Oscar) são bombardeados com anúncios “para sua consideração” em sites especializados, sessões exclusivas e bugigangas dos filmes em disputa. Mimos, estes, que custam (muito dinheiro), dando vantagem aos americanos, cuja superioridade orçamentária é de quase R$ 700 milhões.

“Foi pensando nisso que a GKids, nossa distribuidora nos EUA, pediu um aporte do Brasil, para ajudar a campanha do filme, de R$ 400 mil no mínimo”, explica à Folha de S.Paulo Maju Iudice, coordenadora do projeto de crowdfunding que busca dar novo fôlego ao representante nacional.

A iniciativa partiu de Alê para completar os R$ 300 mil arrecadados com a Spcine e atender a exigência da distribuidora estrangeira. Em entrevista à Folha no fim de janeiro, ele defendeu que a campanha do filme no Oscar fosse tratada como questão nacional.

Sozinhos, os gringos que trabalham a favor do menino brasileiro bancarão os custos de viagem da equipe da animação a Los Angeles. “Eles usarão o dinheiro que arrecadarmos para anunciar em publicações do setor, promover mais sessões para os votantes e cobrir os custos do envio de DVDs”, lista Maju.

Tudo para garantir que “Menino” não passe em branco na memória dos membros da Academia. Até a publicação da reportagem pelo jornal paulista, a arrecadação já somava R$ 149 mil.

“Oscar branco”
Já a polêmica supremacia branca entre os indicados aos principais prêmios motivou pedidos de boicote, por parte de atores negros, à sociedade americana. Eles acreditam que a falta de negros nessa edição do Oscar deveria ser punida pelo público com uma baixa audiência à cerimônia.

Os americanos, contudo, não se mostram dispostos a deixar de assistir à premiação. Uma pesquisa conduzida pela agência de notícias Reuters mostra que 44% dos norte-americanos não apoiam a ideia de um boicote à maior noite da indústria cinematográfica.

Do lado de dentro da festa, os atores se preparam para uma noite de badalação e requinte, como só Hollywood sabe fazer. Dez quilos de caviar, 6,5 mil pãezinhos com forma de estatueta dourada, mil patas de siri, 1,3 mil ostras, 400 pizzas, 300 lagostas e 160 quilos de salmão fazem parte do menu da festa oficial.

Concorrem ao prêmio de Melhor Filme neste ano as produções “The Big Short”, “Bridge of Spies”, “Brooklyn”, “Mad Max: Fury Road”, “The Martian”, “The Revenant”, “Room” and “Spotlight”. O Oscar 2016 será exibido pela rede de TV ABC às 7pm (Eastern time) e 4pm (Pacific time).

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