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Flórida concentra um terço das mortes de imigrantes sob custódia do ICE em 2025

Entre as causas estão a alimentação inadequada, exposição às temperaturas extremas e falta de medicamentos e atendimento médico

O Krome North Service Processing Center de Miami registra problemas estruturais e falhas no atendimento de saúde (Foto: Reprodução TV)
O Krome North Service Processing Center de Miami registra problemas estruturais e falhas no atendimento de saúde (Foto: Reprodução TV)

O estado se tornou o principal ponto crítico do sistema de detenção de imigrantes nos Estados Unidos. Dados oficiais revelam que seis das 18 mortes registradas este ano em unidades supervisionadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) ocorreram em instalações localizadas no estado — o maior percentual proporcional já observado desde 2019. Segundo levantamento da Human Rights Watch (HRW), o atendimento médico insuficiente, falta de medicamentos, exposição a temperaturas extremas e alimentação inadequada persistem em grandes centros da Flórida.

Um deles é o “Alligator Alcatraz”, cuja situação foi detalhada em um relatório da Anistia Internacional divulgado em dezembro de 2025. A entidade descreveu práticas que incluem isolamento prolongado, tortura psicológica e ausência de protocolos mínimos de cuidado, classificando o centro como um dos mais críticos do país.

Desde 2024, a Flórida vive um aumento expressivo no número de pessoas encaminhadas ao sistema de detenção imigratória. A ampliação de contratos com operadores privados e o endurecimento das fiscalizações contribuíram para um crescimento rápido do contingente de detentos, sem a correspondente expansão na infraestrutura das unidades.

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) analisou casos entre 2017 e 2021 e concluiu que 95% das mortes ocorridas nesses locais seriam evitáveis. Especialistas afirmam que a Flórida exemplifica essa vulnerabilidade: centros lotados, equipes reduzidas e contratos com empresas que operam com foco em redução de custos. O ICE afirma seguir protocolos federais de investigação para cada morte, mas não divulgou medidas estruturais para enfrentar o aumento de fatalidades. As autoridades estaduais, por sua vez, redirecionam a responsabilidade para o governo federal.

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