Local

Flórida investiga redes hospitalares por cobranças abusivas e falta de transparência

A AdventHealth e a Southern Baptist da Flórida estão entre as principais instituições intimadas a prestar contas

Especialistas orientam aos pacientes que sempre solicitem um orçamento detalhado antes de qualquer procedimento (Foto: Fars Media Corporation/Wikimedia)
Especialistas orientam aos pacientes que sempre solicitem um orçamento detalhado antes de qualquer procedimento (Foto: Fars Media Corporation/Wikimedia)

O procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, abriu uma investigação formal contra grandes redes hospitalares do estado, sob suspeita de praticarem cobranças predatórias e violarem regras federais e estaduais de transparência de preços. As redes AdventHealth e Southern Baptist da Flórida estão entre as principais instituições intimadas a prestar contas. A ação foi iniciada em 1º de junho de 2025, com a emissão de intimações judiciais que exigem documentos e registros sobre faturamento, divulgação de preços e práticas de cobrança.

A iniciativa está inserida na campanha nacional “Make America Healthy Again”, liderada pelo secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., que tem como um dos objetivos ampliar a transparência sobre as informações de saúde. Uthmeier afirmou que os hospitais deverão cooperar integralmente com a investigação e alertou que intimações como essas “não são emitidas de forma leviana”.

“Durante anos, muitos hospitais extorquiram pacientes que chegaram com casos de vida ou morte e saíram com dívidas incapacitantes. A Flórida não vai ficar de braços cruzados”, declarou o procurador nas redes sociais.

Estudos recentes revelam que apenas 29% dos hospitais do estado cumprem totalmente as normas federais de transparência de preços, e somente 3% oferecem dados acessíveis e comparáveis ao público. A omissão dessas informações impede que os pacientes tomem decisões conscientes e os expõe a cobranças inesperadas.

Em um dos casos, uma paciente do AdventHealth Orlando recebeu uma conta de mais de $ 550 mil após o parto prematuro do filho, que foi reduzida para $ 300 depois que o assunto ganhou repercussão na mídia. Há ainda relatos sobre uma mulher com doença de Crohn que acumulou $ 30 mil em dívidas, incluindo a cobrança de $ 3 mil em exames cujo valor médio de mercado gira em torno de US$ 400. Ela ainda pagou $ 40 por um medicamento que custa cerca de dois dólares nas farmácias.

A organização PatientRightsAdvocate.org, uma das entidades que denunciaram os abusos, afirmou que muitos hospitais “escondem seus preços e forçam os pacientes a assinar um cheque em branco antes de qualquer atendimento”.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo