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Florida Wildlife pesquisa se pítons são seguras para consumo humano

O consumo das pítons poderia controlar a superpopulação das cobras que ameaça o ecossistema do Everglades

Estudo da FWCC analisa a quantidade de mércurio encontrada na carne dessas cobras (foto: Todd Pierson/flickr)
Estudo da FWCC analisa a quantidade de mércurio encontrada na carne dessas cobras (foto: Todd Pierson/flickr)

Pítons birmanesas são consideradas uma espécie invasora na Flórida. A superpopulação dessas cobras de apetite voraz desequilibra a cadeia alimentar em áreas ambientalmente frágeis como o parque Everglades.

Para resolver o problema, a porta-voz da Florida Fish and Wildlife Conservation Commission (FWCC) propôs uma solução, digamos, indigesta: “Gostaríamos de incentivar o consumo das cobras como forma controlar a superpopulação, caso a carne seja segura para comer”, escreveu por e-mail Carli Segelson.

A sugestão de Segelson foi respaldada pela caçadora profissional de pítons, Donna Kalil. Ela estima que comeu uma dúzia desses répteis nos últimos três anos. “Isso não inclui o python jerky” diz Kalil.

De fato, a FWCC iniciou uma pesquisa sobre o consumo de pítons por humanos e encontrou uma preocupação:  as enormes cobras podem estar cheias de mercúrio, uma neurotoxina perigosa.

A Environmental Protection Agency e a Food and Drug Administration (FDA) afirmam que o limite seguro para o mercúrio é de 0,3 partes por milhão. Algumas das cobras que vivem no Everglades registraram mais de 100 vezes isso.

O estudo da FWCC irá conduzir amostras de tecido dos répteis para determinar se realmente as pítons contêm mercúrio demais para os humanos.

Em meio a essa discussão o Florida Python Challenge, que promove a caça anual e oferece prêmios em dinheiro para quem capturar as maiores pítons está sendo eliminado de sua data tradicional em janeiro.

Um dos motivos é proteger os caçadores do contágio pela covid-19.

“Os meses de inverno são uma boa época para capturar pítons”, disse Segelson. “No entanto, também tivemos grande sucesso no verão, quando os ninhos estão eclodindo e são mais propensos a serem encontrados. A pandemia de covid-19 também foi levada em consideração ao tomar esta decisão”, concluiu.

O estado ainda não anunciou quando o Desafio Python 2021 começará.     

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