Um pacote de medidas para reduzir o preço dos remédios, ampliar o acesso a tratamentos de alto custo e conter gastos crescentes no sistema de saúde foi anunciado pelo presidente Donald Trump. O plano contempla acordos diretos com grandes farmacêuticas, revisão de modelos de reembolso e a criação de um programa piloto voltado a compras públicas, afetando especialmente remédios usados no tratamento de obesidade e diabetes — que estão entre os mais caros do país.
A implementação deverá avançar entre 2025 e 2026, período em que o mercado avaliará a efetividade dos cortes no varejo farmacêutico e a adesão das seguradoras privadas. Caso as projeções se confirmem, o programa pode redefinir parâmetros de custo no setor, reposicionar o mercado global e inaugurar um novo modelo internacional de precificação na cadeia farmacêutica.
Entre os destaques está o acordo firmado com as empresas Novo Nordisk e Eli Lilly and Company para reduzir o valor de medicações à base do hormônio GLP-1, que atualmente podem ultrapassar $ 1.000 por mês. Com a nova política, versões injetáveis devem ser oferecidas por cerca de $ 350 mensais, com previsão de queda progressiva até o patamar de $ 245. Já as versões orais, ainda em processo regulatório, poderão ser comercializadas por aproximadamente $149.
A medida também amplia a cobertura dos programas públicos Medicare e Medicaid para esses casos. No entanto, tratamentos para doenças raras, câncer e terapias inovadoras continuam com preços elevados, em alguns casos ultrapassando centenas de milhares de dólares anuais. Paralelamente, o governo lançou um projeto piloto que permitirá aos estados adquirirem medicação por preços semelhantes aos praticados em países como Canadá, Alemanha, Reino Unido e Japão. A iniciativa busca reduzir a diferença entre os valores cobrados nos EUA e no exterior.
Além de poder diminuir gastos públicos com internações evitáveis, a redução dos preços deve gerar menor pressão inflacionária no setor e contribuir para a redução do endividamento familiar. Pesquisas recentes mostram que uma grande parcela da população interrompe ou atrasa tratamentos por não conseguir arcar com os gastos.
