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Governo da Finlândia experimenta salário mínimo universal

País com maior qualidade de vida do mundo, Finlândia é o primeiro a adotar o sistema UBI (Universal Basic Income), que vai beneficiar um grupo experimental de 2 mil cidadãos

Apesar de ter uma das menores desigualdades sociais do mundo, país escandinavo vai prover rendimento mínimo para os cidadãos

A Finlândia, com um PIB de $267 bilhões e renda per capita de $49,1 mil (2013), vai começar uma experiência econômica inédita para incrementar a distribuição de renda entre a já próspera população. O governo do país escandinavo decidiu pagar um salário mínimo a um grupo de 2 mil cidadãos, mesmo desempregados, no valor de 560 euros ($581,48) por mês. O plano vai funcionar experimentalmente por dois anos e substituirá outros benefícios sociais. O cidadão vai continuar recebendo o salário mesmo que encontre trabalho. A escolha será aleatória e será entre indivíduos de 18 a 53 anos.

A proposta de uma bolsa mensal para os cidadãos não é nova. A Suíça realizou um referendo no ano passado sobre a possibilidade do governo distribuir um salário para todos os cidadãos do país, mas o referendo não encontrou apoio da população, que votou contra a medida.

Outros países estão avaliando o plano, como a Escócia, que planeja testá-lo nas cidades de Fife e Glasgow até o final de 2017.

Os defensores do salário mínimo universal argumentam que o sistema é mais eficiente, mais justo e protege mais as pessoas das oscilações econômicas.

“Um salário mínimo universal trará muito mais segurança para o sustento, numa época de insegurança econômica e social e de mercado de trabalho imprevisível”, disseram os economistas Howard Reed e Stewart Lansley, em um estudo publicado em maio do ano passado. Reed e Lansey são professores convidados da Universidade de Bristol.

“O sistema oferece maior independência financeira e liberdade para as pessoas escolherem entre trabalho, lazer, educação e assistência, quando poderão reconhecer o valor imensurável do trabalho voluntário”. Um dos problemas dos salários-desempregos vigentes é o fato de que o cidadão não busca emprego para não perder o benefício. O salário universal não é retirado caso o trabalhador encontre emprego, representando um estímulo para que ele busque um aumento na sua renda, em vez de acomodar-se com a bolsa.

Alguns criticam a ideia, chamando-a de cara e ineficaz. Em setembro, o governo da Grã-Bretanha rejeitou um plano semelhante para um salário básico para os cidadãos.

“Embora à primeira vista o salário mínimo universal possa parecer tentador, a sua aplicação prática é inviável. Como ele não leva em conta as necessidades individuais adequadamente, ele acaba aumentando a desigualdade”, disse o político Conservador Damian Hinds ao jornal inglês “The Independent”.

Para efeito de comparação de desigualdade social, o PIB do Brasil ($2,2 trilhões) é quase dez vezes maior que o da Finlândia, mas a renda per capita ($11 mil) é um quarto da Finlandesa. Já o PIB americano é de $16,7 trilhões, com renda per capita de $53 mil.

Alem de outros benefícios sociais, a Finlândia, assim como todos os países escandinavos, oferece seguro saúde gratuito para todos os cidadãos e é o país com maior qualidade de vida do mundo, segundo a ONU.

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