O governo determinou que museus federais, incluindo unidades do Smithsonian, revisem exposições, textos e conteúdos online para que estejam alinhados à interpretação histórica definida pela Casa Branca. Segundo o The Wall Street Journal e a agência AP, a revisão deve ser implementada antes das comemorações dos 250 anos dos EUA, em 2026. A ordem executiva “Restoring Truth and Sanity to American History”, assinada em março, exige que as instituições removam conteúdos considerados “ideologicamente enviesados” e reforcem o chamado “American exceptionalism”.
A medida abrange inicialmente oito museus, entre eles o National Museum of American History, o National Museum of Natural History, o National Museum of African American History and Culture e o National Museum of the American Indian. A carta enviada ao secretário do Smithsonian, Lonnie Bunch III, dá prazo de 30 dias para envio do material a ser revisado e 120 dias para início das mudanças. Embora a Casa Branca argumente que a iniciativa visa “restaurar a confiança do público” nas instituições culturais, críticos alertam para o risco de distorção histórica e censura política.
O Smithsonian afirmou que mantém o compromisso com rigor acadêmico e que vai avaliar a solicitação em diálogo com a Casa Branca, o Congresso e seu Conselho de Curadores. Organizações de direitos civis e historiadores afirmam que o foco em museus que retratam a história de comunidades afro-americanas e indígenas pode sinalizar uma tentativa de minimizar essas narrativas na história do país. O governo, por sua vez, defende que as mudanças são necessárias para “inspirar orgulho nacional” e unificar a memória histórica antes do aniversário de fundação dos EUA.