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Há quem acredite que Nova York está morta

Skyline de Manhattan, vista do Queens. Você acha que NY vai sobreviver? (Foto: Sandra Colicino)
Skyline de Manhattan, vista do Queens. Você acha que NY vai sobreviver? (Foto: Sandra Colicino)

Recentemente, uma questão surgiu sobre o futuro da cidade de Nova York. A cidade está morta?

Tudo começou com um diário no LinkedIn publicado no dia 13 de agosto, entitulado “Nova York Está Morta – Aqui Está o Porquê.” O autor é James Altucher, um dos sócios do clube de comédia, Stand Up NY, ele também é escritor e ex-gerente de hedge fund. Em seu artigo, ele explora os motivos pelos quais acredita que Nova York não vai se recuperar da crise financeira causada pelo corona vírus. Entre os motivos listados em seu artigo justificando a suposta falência de Nova York, o autor aponta alguns aspectos para justificar seu argumento, entre os quais estão: o declínio e fechamento de vários negócios na cidade (restaurantes, comércio), cancelamento de eventos culturais, e desaparecimento de culinárias diversificadas, devido a fechamento de restaurantes.

“Três das mais importantes razões para mudar-se para NYC: oportunidades de negócios, cultura e alimentação. Mercados imobiliários e faculdades também estão sofrendo. E, claro, amigos. Mas se tudo que mencionei acima representar 1/10 do que estou pensando, então não haverá muitas oportunidades para fazer amigos”, afirma Altucher, em seu artigo. 

Em 24 de agosto, o comediante Jerry Seinfield, escreveu uma coluna no The New York Times em resposta ao artigo de Altucher, descordando completamente dos argumentos do primeiro artigo. O artigo, entitulado “Então Você Acha Que Nova York Está Morta?” de Seinfield toca em aspectos pessoais mencionados por Altucher em se artigo, causando uma certa controvérsia, muito comum no universo da comédia. 

“Realidade, vida, energia humana inspiradora existem quando coagulamos juntos em lugares loucos como a cidade de Nova York. Sentir pena de si mesmo por não poder frequentar teatros por um tempo não faz parte do elemento essencial do caráter que faz de Nova York o diamante de atividades que um dia voltará a brilhar,” responde Seinfield em seu artigo.

Em entrevista a Fox Business, novamente Altucher teve a oportunidade de se defender dos argumentos feitos por Seinfield. 

“Eu não sei porque Seinfield está me me atacando no nível pessoal, ele nem me conhece. Ao invés disso, estou focado em encontrar soluções, e detectar quais são problemas,” rebateu Altucher.

E você, que talvez já tenha visitado Nova York, ou até mesmo tenha morado na cidade, o que acha que vai acontecer em Nova York no futuro?

Mais novaiorquinos estão buscando o sossego do campo

Entre um dos argumentos utilizados por James Altucher em seu artigo “Nova York Está Morta–Aqui Está o Porquê”, está o fato de que muitos moradores estão decidindo mudar-se de Nova York permanentemente, deixando a cidade desamparada de mais recursos provenientes de arrecadação de impostos e ausência de atividades econômicas.

Desde março, quando do início do fechamento da cidade, ocorreu uma busca maior por imóveis residenciais na região metropolitana de Nova York, incluindo Long Island, Westchester, Connecticut e New Jersey.

Só em julho, houve um aumento de 44% de vendas de imóveis nestes lugares, comparado com julho de 2019, conforme a empresa do mercado imobiliário Miller Samuel Real Estate & Appraisals. Em comparação, a busca por apartamentos em Manhattan caiu cerca de 56%.

As consequências deste êxodo da cidade para os subúrbios pode gerar um déficit para os cofres públicos da cidade, gerando dificuldades em manter serviços básicos na cidade, tais como segurança e saneamento básico, segundo o Citizens Budget Commission, uma organização de vigilância não partidária.

Enquanto isso, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, descartou especulações de um êxodo dos moradores, afirmando que muitos que se foram retornarão.

“Se você não acha que Nova York vai voltar, então você não conhece Nova York,” afirmou De Blasio.

U.S. Open Está De Volta

Kateryna Kozlova da Ukraine no 2020 U.S. Open tennis tournament na USTA Billie Jean King National Tennis Center (Foto: Danielle Parhizkaran/USA TODAY Sports)
Kateryna Kozlova da Ukraine no 2020 U.S. Open tennis tournament na USTA Billie Jean King National Tennis Center (Foto: Danielle Parhizkaran/USA TODAY Sports)

Apesar de muitos cancelamentos de tradições em Nova York, uma das atrações mais importantes do verão Nova Iorquino, o U.S. Open, iniciou na segunda, 31 de agosto.

O evento acontecerá no Billie Jean King National Tennis Center, no Queens, onde durante a primavera, o estádio foi utilizado como um dos hospitais de campanha durante o combate ao Covid-19. A principal mudança este ano no campeonato será a ausência de cerca de 750.000 expectadores que normalmente frequentam o evento.

Apesar de vários astros do tênis terem recusado participarem do U.S. Open, tais como Rafael Nadal e Ashleigh Barty, outros aproveitarão maior exposição durante o campeonato, entre os quais, Novak Djokovic e Serena Williams.

Os jogadores passaram por um rigoroso controle de testes e serão testados várias vezes durante o evento. Qualquer um que testar positivo para o Corona virus, será eliminado dos jogos. Eles estão se hospedando em hotéis em Long Island e a ninguém será permitido ir a nenhum outro lugar que não seja o estádio ou o hotel.

Entre outras medidas tomadas para garantir o distanciamento social, os jogadores e suas equipes terão tempo limitado nos vestuários e nas academias do complexo. Espaços exteriores foram convertidos em playgrounds, com cestas de basquete e campo de golfe, a fim de promover mais atividades externas para os participantes.

Para compensar pela falta de audiência, serão tocados áudios da audiência no estádio do ano passado e serão exibidas pinturas feitas por artistas afro-americanos, a fim de celebrar o movimento de Black Lives Matter.

E finalmente, a ESPN vai aproveitar a ausência da audiência para experimentar em técnicas de transmissão de eventos esportivos. As câmeras estarão mais próximas dos jogadores e a eles serão fornecidos celulares a fim de poderem conceder entrevistas via Skype.

O U.S. Open 2020 encerra dia 13 de setembro.

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