O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “uma afronta à soberania nacional” o decreto assinado por Donald Trump que eleva para 50% a tarifa de importação sobre produtos brasileiros. Ele afirmou que o Brasil não aceitará interferência externa nas decisões de seus tribunais e reiterou apoio ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções por parte do governo americano. A medida dos EUA, que impôs novas tarifas, mas isentou setores como veículos e produtos agrícolas, é vista pelo Palácio do Planalto como um ataque à autonomia institucional do país.
A resposta de Lula teve ampla repercussão na imprensa internacional. O The New York Times destacou a escalada da tensão entre os dois países, apontando que o confronto reflete mudanças profundas no cenário geopolítico e no debate sobre liberdade de expressão. Outros veículos também repercutiram a fala do presidente brasileiro e os possíveis desdobramentos diplomáticos. O Financial Times enfatizou que Lula prometeu proteger a independência do Judiciário; o El País chamou atenção para o risco de um impasse prolongado; e a revista Time enquadrou o episódio como um embate direto entre visões de mundo opostas. Analistas internacionais ainda mencionaram o histórico de atritos entre Lula e Trump e o clima político interno nos dois países.
Segundo fontes do governo, o Brasil tentou previamente negociar com Washington por meio de cartas diplomáticas e encontros bilaterais, sem sucesso. Diante da escalada, Brasília agora estuda acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e adotar medidas de reciprocidade comercial. A equipe econômica também avalia o impacto das tarifas nos setores não isentos e considera ampliar incentivos à exportação como forma de mitigar possíveis perdas.