Uma megaoperação policial realizada no Complexo do Alemão e na Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, na terça-feira (28), ganhou ampla repercussão na imprensa internacional. A Embaixada dos Estados Unidos e o Consulado-Geral no Rio divulgaram um alerta de segurança para cidadãos americanos que estão na cidade ou planejam visitá-la. A sequência de confrontos paralisou áreas inteiras, provocou interdições viárias e o fechamento de escolas.
Até o momento, foram confirmadas 64 mortes, incluindo quatro policiais, e 81 prisões, além da apreensão de armas automáticas e grande quantidade de drogas. A Defensoria Pública do Estado do Rio aponta que o número de mortos pode ultrapassar 120 vítimas, considerando corpos ainda em regiões de mata próximas à Penha.
Segundo a agência Associated Press, mais de 2.500 policiais e soldados participaram da ação destinada a desarticular a facção Comando Vermelho nas duas comunidades. A cobertura internacional também enfatizou o caráter extremo da operação, descrevendo cenas nas favelas como “cenas de guerra”. Veículos como The Guardian e The Washington Post destacaram o uso de blindados, helicópteros e drones, e questionaram a proporcionalidade da ação diante do risco para moradores civis.
Organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, exigiram investigações independentes sobre as mortes registradas durante a operação, considerada a mais letal da história do Rio.
Embaixada dos EUA: alerta e recomendações práticas
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e o Consulado-Geral no Rio de Janeiro publicaram um alerta de segurança direcionado a cidadãos americanos presentes ou com planos de viajar à cidade, reforçando que a situação representa risco excepcional para visitantes e expatriados. O comunicado informa que o órgão consular está monitorando a situação e pronto para prestar assistência, e recomenda as seguintes medidas:
- Evitar deslocamentos para a Zona Norte, em especial as áreas próximas ao Complexo do Alemão e à Penha;
- Acompanhar a mídia local e as orientações das autoridades brasileiras;
- Planejar rotas alternativas e minimizar deslocamentos desnecessários;
- Manter perfil discreto e informar familiares sobre sua localização;
- Revisar planos de segurança pessoal e manter contato com o consulado em caso de emergência.
