O novo trem de alta velocidade da Amtrak, o NextGen Acela, entrou em operação no fim de agosto no corredor nordeste, ligando Washington D.C. a Boston com paradas em cidades como Nova York, Philadelphia e Baltimore. O modelo promete modernizar o transporte no trajeto mais movimentado dos EUA, oferecendo mais assentos, poltronas largas, tomadas individuais, Wi-Fi 5G e vagões que se inclinam nas curvas para maior estabilidade.
Apesar da velocidade máxima de 257 km/h, o trem não consegue manter esse ritmo durante todo o percurso. Isso porque circula em trilhos antigos, compartilhados com trens de carga e regionais, além de enfrentar limitações em pontes e túneis do século passado. A promessa de ser mais rápido esbarra, por enquanto, na infraestrutura defasada.
O título de “mais rápido do país”, portanto, vale mais pelo potencial técnico do trem do que pela experiência real do passageiro. Nos primeiros dias de operação, a viagem entre Washington e Nova York continuou em torno de 2h50min, quando a expectativa era cair para algo próximo de 2h30min. Já o trajeto completo até Boston, que costumava levar cerca de 6h40min, chegou a ultrapassar 7h em alguns testes.
A Amtrak afirma que, com melhorias graduais na rede, será possível cortar de 15 a 20 minutos em certos trechos e cumprir os tempos previstos. Até lá, o apelo maior do NextGen Acela deve estar no conforto a bordo e na tentativa de atrair passageiros que hoje preferem viajar de avião ou carro.
O lançamento começou com apenas alguns trens em circulação, e a previsão é de expansão até 2027, quando toda a frota antiga será substituída. O projeto é visto como um passo simbólico rumo à modernização ferroviária, embora ainda distante da experiência de alta velocidade de países como Japão, França ou Espanha.