Três juízes de um tribunal de apelações autorizaram, na tarde desta quinta-feira (4), que o centro de detenção de imigrantes Alligator Alcatraz receba novos presos. A decisão pausa a ordem de fechar o local dada pela juíza Kathleen Williams, da Corte Distrital de Miami, no dia 21 de agosto.
A decisão dos magistrados do 11º Circuito de Apelações representa uma vitória do presidente Trump e do governador do Estado, Ron DeSantis, autores da apelação.
Agora, o governo volta a levar estrangeiros fora de status para o local que, segundo ativistas, “é desumano e fere todos os direitos dos imigrantes”. De acordo com denúncias, o local é insalubre, quente, repleto de insetos e com refeições escassas. Além disso, os advogados dos detentos têm dificuldades de contato com os clientes.
Entenda o caso
Em agosto, a juíza acatou um pedido da tribo indígena Miccosukkee, além de moradores da região e ativistas da causa imigratória. “Depois de o condado de Miami-Dade dar ao governador DeSantis uma terra paga com dinheiro dos contribuintes, grupos ambientais processaram o estado para acabar com este acampamento desumano”, disse a diretora da Florida Immigrant Coalition, Renata Bozzetto.
“Os homens detidos no Campo de Detenção de Everglades estão lá ilegalmente porque a Flórida não apresentou acordos legais que autorizassem o estado a deter imigrantes no campo, apesar de dois juízes federais terem ordenado que os apresentassem. O local funciona de forma extrajudicial. Além disso, os homens estavam sendo mantidos lá por mais tempo do que o legalmente permitido, sem o devido processo legal e sem acesso aos seus advogados. O que eles fizeram foi ilegal, categoricamente”, explicou Bozzetto.