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Julho bate recorde de calor em Miami

Não fazia tanto calor na cidade desde 1896; Fort Lauderdale teve o 6º mês mais quente

Miami bateu recorde de calor em julho. Crédito Aurimas_Miami Times
Miami bateu recorde de calor em julho. Crédito Aurimas_Miami Times

Na semana em que a Universidade de Washington publicou um estudo em que afirma que a Terra vai estar 2ºC mais quente neste século, o calor em Miami bateu recorde para o mês de julho: desde 1896 não fazia tanto calor na cidade.

De acordo com National Weather Service, a média de temperatura foi 85.7 graus Fahrenheit (29.7ºC) quebrando o recorde anterior, que era de 85.5ºF em junho de 2010. As temperaturas também foram as mais altas do ano na Magic City. A cidade teve 24 dias do mês de julho com termômetros marcando mais de 80ºF.

O restante do Sul da Flórida também enfrentou um forte calor no mês de julho, mas não chegou a bater recorde. Fort Lauderdale, por exemplo, teve o sexto julho mais quente e Palm Beach foi o 50º. As duas cidades tiveram média de 84.3ºF (29.05ºc).

Terra mais quente

Segundo o estudo da Universidade de Washington, existe apenas 5% de chance de a Terra não ficar mais quente e 1% de reduzir a temperatura a 1,5, o objetivo marcado pelo Acordo de Paris por 195 países, em 2015.

“A nossa análise mostra que o objetivo de 2 graus apresenta um melhor cenário”, afirmou o diretor da pesquisa, Adrian Raftery, enfatizando que que cumprir a meta de reduzir o aquecimento “é factível” caso aconteça um “esforço importante e sustentado durante os próximos 80 anos”.

Segundo ele, as novas projeções estatísticas mostram que existe 90% chance de a temperatura aumentar entre 2 e 4,9 graus em 100 anos e é “improvável” que os prognósticos mais otimistas se cumpram. O novo documento leva em conta três aspectos importantes nos quais se sustenta o aumento de emissões de gases causadores do efeito estufa: a população mundial; o PIB per capita; e a quantidade de carbono emitida por cada dólar de atividade, conhecida como a intensidade de emissões de carbono.

Dargan Frierson, outro autor da pesquisa, ressaltou que “os danos causados pelo calor, pela seca, pelo clima extremo e pelo aumento do nível do mar serão muito mais graves se a temperatura subir mais do que 2 graus”.

Uma das grandes surpresas do estudo foi o fato de que o aumento da população terá um impacto inferior ao esperado na mudança climática, pois a expectativa é de que o crescimento aconteça, principalmente, na África, que utiliza pouquíssimas fontes de combustíveis fósseis. A principal preocupação se centra na intensidade das emissões de carbono, porque a velocidade de diminuição deste valor será crucial para determinar o futuro do aquecimento global.

Um estudo da Universidade do Colorado, por sua vez, também publicado na revista “Nature” hoje, diz que se o ritmo das emissões nos próximos 15 anos for mantido, o mais provável é que o aumento da temperatura seja de 3 graus. A pesquisa analisa a capacidade dos oceanos de absorver o carbono, o desequilíbrio energético e o comportamento das partículas finas na atmosfera. (Com informações do Sunsentinel e Agência EFE).

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